Se Muricy Ramalho tivesse a chance de dizer alguma coisa neste momento para o presidente Juvenal Juvêncio, do São Paulo, certamente falaria: “A bola pune, presidente!”.
A frase, que é uma marca registrada do ex-treinador tricolor, assim como a celebre: “Aqui é trabalho, meu filho”, seria um troco de Muricy no mandatário tricolor, que o degolou do clube mesmo na condição de técnico três vezes campeão brasileiro.
O São Paulo está sem rumo. Eliminado nesta quarta-feira da Copa Sul-Americana para o fraco Libertad, no Paraguai, o time não mudou de postura, tampouco mostrou reação mesmo sob o comando do temido técnico Emerson Leão. Apatia, sonolência e descomprometimento foram marcas deste São Paulo, que não consegue dar uma resposta positiva.
Acredito que neste momento seja necessário para a torcida encontrar culpados, assim como fizeram com Adilson Batista, demitido após os maus resultados. Logo após a eliminação desta quarta-feira, Leão já era alvo de duras críticas por parte dos são-paulinos. Eu discordo e acredito que culpar o treinador agora, além de uma baita sacanagem com o profissional que chegou há alguns dias no clube, é tapar o sol com a peneira. A realidade é uma só: o São Paulo tem um elenco fraco. E com apenas alguns bons jogadores não se faz um time campeão. É fato.
O momento tricolor se assemelha ao do rival Palmeiras. Num determinado momento da temporada, ambos os times se perderam, dando início a uma queda acentuada nas competições que disputam. No caso do São Paulo, o Brasileirão e a Sul-Americana, que já se foi da vida tricolor.
A retomada das vitórias é difícil. Eu sinceramente acreditava que o São Paulo reagiria sob o comando de Leão. Não foi isso o que aconteceu, pelo menos na estreia. Muito pelo contrário. Nem a atitude do time mudou em campo. A apatia parece ser o 12º jogador da equipe na temporada.
Espero realmente que a torcida saiba cobrar neste momento. Quando digo cobrar de forma correta, é mirar as críticas a quem de direito. Neste caso, o presidente Juvenal Juvêncio é o mandatário e ele é a pessoa que precisa responder sobre o atual drama do time tricolor.
Já está claro que o elenco é fraco e o problema não está no comando técnico. Então que se cobre do presidente e dê a chance de os jogadores e o treinador tentarem minimizar o mau momento da equipe.
No próximo domingo, o Tricolor joga suas últimas fichas na luta por uma vaga à Libertadores da América, diante do líder Vasco, em São Januário, pelo Brasileirão. Esperar uma reação (leia-se vitória!) tricolor no Rio é o mesmo de ter a esperança que Juvenal Juvêncio pegue o boné e largue o trono de principal mandatário tricolor, dando a chance para que outro presidente injete novas ideias no clube. É impossível. O drama tricolor seguirá, sem perdão... A bola pune!