Se o time do São Paulo fosse um exército, facilmente estaria morto. Com um canhão chamado Luis Fabiano na frente, o Tricolor não tem pólvora e balas para carregá-lo e, mais do que o jejum do atacante, que já dura três jogos sem marcar, o time vai deixando o Fabuloso isolado, jogo após jogo, por não saber usar sua principal arma.
Contratado em março do Sevilla, da Espanha, por cerca de R$ 20 milhões, o camisa 9 chegou ao Morumbi com status de estrela e ídolo da torcida. Após ficar quase sete meses se recuperando de duas cirurgias na coxa direita, o são-paulino, enfim, reestreou no último dia 2, quando o time perdeu para o Flamengo, em casa, por 2 a 1. De lá para cá, o jogador já disputou mais duas partidas e o cenário do seu primeiro ato vai se repetindo: passou em branco diante do Cruzeiro (3 a 3, em Sete Lagoas) e do Internacional (0 a 0, em Barueri).
Os números mostram que, por mais que se movimente e ainda sinta um pouco da falta de ritmo, seus companheiros não o ajudam para que possa fazer o que dele se espera: gols.
Dessa forma, para exemplificar a falta de pólvora e bala no canhão chamado Luis Fabiano, o MARCA BRASIL fez um raio-x de cada uma das três partidas do Fabuloso (veja à direita). E a constatação foi a mesma do jogador, que durante o confronto contra o Inter reclamou: “Está difícil, com poucas chances. Temos que movimentar mais se quisermos criar alguma coisa, pois se ficar estático, eu não vou relar na bola e vai ficar complicado”, resmungou o atleta.
Para se ter uma ideia, dos 239 minutos que Luis Fabiano ficou em campo pelo Tricolor, o jogador, pouquíssimo acionado, ficou com a bola apenas 1 minuto e 40 segundos. Em três jogos, foram só quatro finalizações e 16 toques na pelota. Assim, até mesmo o técnico Adilson Batista tem percebido a falta de apoio para o camisa 9.

“Em termos de finalização, é muito pouco. O Luis é um atleta brilhante e vejo um crescimento nele. Porém, o pessoal precisa encostar um pouco mais. No último jogo, essa foi a tônica da minha conversa no intervalo, já que o Jean e o Juan estavam na frente do Cícero, que é quem tem de encostar no atacante”, analisou o técnico. Se quiser sonhar com o título, o São Paulo precisa, urgentemente, saber usar seu canhão.