Publicamente, ninguém cobra a entrada do veterano contratado no início da temporada a convite do capitão Rogério Ceni. Mas parece unânime no elenco a opinião de que o time melhora com seu camisa 10 em campo. Inclusive Cícero, costumeiramente o sacado para a entrada do melhor jogador do mundo em 1999, prefere atuar ao lado do meia.
Sincero, Lucas, que tem se virado como atacante sem ter a chance de receber os lançamentos de Rivaldo para dar suas arrancadas, admite que o experiente colega merece mais chances. "Claro que melhora, é um jogador diferenciado, campeão, melhor do mundo, não se tem dúvida do talento dele", enalteceu o garoto.
Djalma Vassão/Gazeta Press

Adilson Batista considera normal as reações da torcida, mas Rivaldo não é mais seu homem de confiança
Diante do Corinthians, Rivaldo, que chegou a declarar sua intenção de agradecer o carinho da torcida com um gol sobre o arquirrival, teve pouco mais de 15 minutos em campo e, no último lance do clássico, na tentativa de ser o herói do Majestoso, cobrou em direção à meta uma falta próxima à lateral. A bola saiu pela linha de fundo.
"Foi uma situação difícil, não pude ajudar muito. Tive um pouquinho de chance", explicou o veterano, mais comedido em suas entrevistas do que na época em que se dizia até humilhado por Carpegiani. A nova constância no banco de reservas, entretanto, já o tem deixado mais irritado.
Adilson chegou ao clube considerando Rivaldo como um de seus homens de confiança e titular absoluto. O camisa 10 retribuiu debatendo a tátida da equipe e aceitando até ser centroavante, apesar de, em sua carreira, ter sido até afastado no Barcelona por se recusar a jogar no ataque. A vida de intocável, porém, durou cinco jogos. Logo ele passou a conviver com o banco de novo, primeiro porque Adilson o via desgastado - acusação que sempre contraria Rivaldo - e, depois, por opção tática.
Mesmo saindo da reserva, contudo, o pentacampeão tem resolvido. Marcou gols no empate com o Atlético-PR, Figueirense e Ceará. Por isso, a torcida pediu a entrada dele, ao menos, no intervalo do Majestoso e se revoltou não só com a demora, mas com a saída de Piris, machucado.
Adilson, entretanto, minimiza todas as reações. "Estou tranquilo, graças a Deus. Isso é normal", limitou-se a falar o técnico. Ainda sem ser cobrado publicamente, também, por seus comandados. "Quem define é o treinador. Qualquer jogador que ele escolher, temos que respeitar e fazer o nosso melhor", discursou Lucas.