Desta vez, o momento era outro em relação aos 5 a 0 aplicados pelo Timão no primeiro turno. Um ponto era o que o São Paulo precisava para assumir a liderança.Conseguiu, mas foi pouco. Era a chance de os donos da casa de abrirem uma certa vantagem na liderança, já que o Vasco recebe o Atlético-GO nesta quinta-feira. No entanto, o empate deixou o Tricolor só empatado com o time carioca, com 45 pontos.
O resultado ainda mantém vivo um jejum amargo aos são-paulinos. Desde 2007, o Tricolor não vence o rival jogando no Morumbi - são sete partidas no período. Com mais um ponto, o Timão se mantém na terceira colocação, com 44.
Para o Corinthians, uma boa vitória seria a redenção contra a má fase e a pressão sobre o técnico Tite. A postura defensiva e de marcação forte, no entanto, mostrou que, ao Timão, a intenção era não perder. Conseguiu, mas ainda não convenceu. No fim das contas, o empate não foi bom para ninguém. E os torcedores deixaram o Morumbi com fome de futebol...
MUITA MARCAÇÃO, NENHUM GOL
Todo o mistério criado pelo São Paulo só foi revelado minutos antes da partida: apesar de descer do ônibus com o restante da delegação são-paulina, Luis Fabiano foi um mero espectador do clássico. E assim como o restante dos presentes no Morumbi, assistiu a um primeiro tempo de muita marcação e pouca criação das duas equipes. Fraco pelo que se esperava tanto do Tricolor quanto do Timão...
Sem Chicão, a postura defensiva do Corinthians foi escancarada logo nos primeiro minutos: marcação forte com duas linhas de quatro homens na zaga. Graças a duas bobeadas de Alessandro, no entanto, o São Paulo começou melhor e chegou com perigo. Na melhor delas, Dagboberto bateu cruzado na esquerda e Julio Cesar se esticou para espalmar.
Com o passar do tempo, o Corinthians estabilizou a partida e era dependente de boas subidas de Emerson e de sua marcação forte. Assim, levou certo perigo, mas foi pouco e faltou futebol para abrir o placar. Com Cícero muito aberto na esquerda, o Tricolor também não criava. Sumidos, Lucas e Casemiro não ajudavam os companheiros...

Aos 29 minutos, a estratégia adotada por Tite na zaga corintiana ruiu. Castán sentiu dores na panturrilha, não aguentou e saiu para a entrada de Fábio Santos. O São Paulo reequilibrou o jogo: nos últimos minutos, Casemiro subiu alto entre os zagueiros e balançou a trave corintiana. Minutos depois, Wellington fez boa jogada dentro da área adversária, cruzou e Piris completou em cima da marcação. Nada de gols ao faminto público no Morumbi.
MAJESTOSO, MAS NEM TANTO
Na volta do intervalo, as escalações eram as mesmas. Assim, o panorama do jogo também não foi alterado. O São Paulo atacava com mais insistência. Ao Timão, faltava consistência nas tentativas de subidas à frente. Aos 19 minutos, Liedson - que não havia feito muita coisa em campo - sentiu lesão e Tite lançou Danilo para dar mais força ao setor de criação. Na prática, a alteração serviu para confirmar a postura defensiva corintiana, mais preocupado em não perder.
O equilíbrio era tanto que, se não tivesse a emoção de todo clássico, o segundo tempo teria sido chato, parado, com muitas faltas. Só aos 24 minutos apareceu a primeira boa chance. Em rápido contra-ataque do Tricolor, Dagoberto arrancou entre os zagueiros e chutou de longe, fácil para a defesa de Julio Cesar. O Corinthians também demorou a chegar, em cruzamento de Emerson pela esquerda que sobrou fácil para a defesa de Ceni.
Até que a torcida são-paulina foi à loucura. Não por um gol, mas porque Rivaldo foi chamado pelo técnico Adilson Batista. Mas nem mesmo a entrada de um novo maestro deu ao São Paulo outro destino. Quem chegou bem depois disso, inclusive, foi o Corinthians, já que Fábio Santos cruzou na medida para Emerson, que cabeceou por cima do gol.
Ainda deu tempo para a melhor chance do São Paulo na partida: Wellington soltou uma bomba de fora e acertou a rede pelo lado de fora. Em rápido contra-ataque corintiano, Emerson Sheik arrancou em velocidade, sozinho e lançou Willian. O atacante não conseguiu completar de primeira e João Filipe salvou o Tricolor.