Desde que Andrés Sanchez assumiu a presidência, o Corinthians sofre um processo de “são-paulinização” em vários aspectos. E, ao mesmo tempo, o São Paulo caminha para uma “corinthianilização” sob o comando de Juvenal Juvêncio. Confira como os rivais do clássico desta quarta foram se inspirando um no outro:
O Corinthians que quer ser são-paulino
Marketing - Quando Andrés assumiu, o São Paulo era referência entre os clubes nesses setor. Com Luiz Paulo Rosenberg, o marketing virou o principal pilar da atual administração alvinegra.
Gente fina – Com ingressos mais caros e produtos quase exclusivos, gestão Andrés levou para o estádio torcedores de alto poder aquisitivo. São corintianos que após as partidas frequentam os caros bares de Higienópolis, bebem uísque 12 anos e vão embora em carro importado. Costumes antes creditados à torcida do São Paulo, considerada granfina.
Técnico permanente - Andrés mantém Tite após várias crises. Sob seu comando, só Adilson Batista foi demitido antes do final do contrato. Dar tempo para seus treinadores trabalharam era até recentemente motivo de orgulho no São Paulo.
Estádio - O presidente corintiano nunca se conformou por não ter um estádio em que pudesse vender camarotes e aumentar as receitas, como faz o São Paulo com o Morumbi. Agora planeja que o Itaquerão seja um Morumbi muito mais moderno.
O São Paulo que quer ser corintiano
Povão - A torcida do São Paulo, sempre considerada de elite, cresceu muito nos últimos anos na faixa da população com menos poder aquisitivo. Invadiu o quintal do rival alvinegro.
Nação - Mais de uma vez, diretores de Juvenal Juvêncio deram entrevistas afirmando que, em breve, sua torcida será maior do que a do Corinthians. É uma obsessão no Morumbi.

Presidente eterno – Juvenal acabou com a tradição são-paulina de manter um saudável rodízio na presidência. Sua insistência em contrariar o estatuto e ficar parece inspirada no modelo que reinou por muito tempo no Parque São Jorge, mais recentemente com Alberto Dualib.
Carrinho - A tradição são-paulina é de montar times que se destacam mais pela técnica do que pela força. Porém, Juvenal é um apaixonado pelo futebol raçudo, marca registrada do Corinthians.
Fenômeno – O São Paulo se inspirou na contratação de Ronaldo pelo rival para montar o projeto Luís Fabiano. Sonha em transformá-lo também num caso fenomenal de marketing. Os problemas físicos do atacante ainda não deixaram.