Dagoberto comemora gol com Adilson Batista - Sao Paulo x Atletico-MG (Foto: Eduardo Viana)
A torcida tricolor pode ainda não ter aberto seus braços para Adilson Batista, mas pelo grupo ele foi abraçado. Literalmente... Enquanto Tite vive dias conturbados no Corinthians, rival do clássico desta quarta-feira, o técnico, com apenas dois meses no clube, ainda enfrenta desconfiança da torcida, mas coleciona apoio do elenco.
Dagoberto e Casemiro festejaram seus gols nas vitórias sobre Atlético-MG e Ceará com efusivos abraços no treinador. Cena que não se repete todo dia no futebol e tem, no São Paulo, alguns significados.
O LANCENET! apurou que os gestos vieram após conversas duras de Adilson com os atletas. Apesar das broncas, o discurso atualizado e “boleiro” do comandante é crucial para o relacionamento entre eles, de acordo com dirigentes.
O time empatava com o Atlético no milésimo jogo de Rogério Ceni, e Dagoberto não cumpria a função combinada. Adilson não foi sutil no intervalo. Mandou que abrisse pela esquerda e levasse a marcação para o meio, livrando assim o caminho de Juan. O artilheiro obedeceu e arriscou de longe. Definiu a vitória e se jogou em cima do técnico.
Em conversas com a diretoria, Dagol fez elogios a Adilson. A diferença para o antecessor Paulo César Carpegiani, de péssima relação com os atletas, tem sido ressaltada. Com o ex-técnico, quem não jogava não recebia atenção, estava sempre desmotivado. E o camisa 25 chegou a brigar com ele durante uma partida no Campeonato Paulista.
Antes do confronto contra o Ceará, no último fim de semana, a preleção se baseou na entrega do grupo. Convocado pela Seleção Brasileira, Casemiro havia dito que o jogo contra a Argentina seria o “de sua vida”. A todo grupo, Adilson pediu que valorizassem o lugar onde estão e Rogério Ceni foi ainda mais firme:
– Seleção é bom? Foram lá por causa daqui! Então aqui que tem de representar – exclamou o goleiro.
Adilson insistiu para que Casemiro chutasse de longe. O volante obedeceu, quebrou até a câmera de uma emissora de televisão, até acertar o ângulo e dar um abraço carinhoso.
A resistência da torcida tem sido motivação para o apoio. Ceni já o exaltou e Rivaldo, antes “reclamão”, se diz feliz no banco, entrando com frequência. Para quem foi demitido de Corinthians e Santos acusado de mau ambiente com jogadores, ponto importante para Adilson.