Contestado pela torcida mesmo com a terceira colocação e a permanência por 17 rodadas seguidas na liderança do Brasileirão — perdida na última rodada com a derrota por 3 a 1 para o Santos — Tite pode repetir sua saída do clube corintiano, como na sua primeira passagem em 2005. Na ocasião, ele foi demitido após a derrota por 1 a 0 para o Tricolor, pelo Campeonato Paulista (veja o infográfico). Pela antiga decisão da diretoria alvinegra, presidida então por Alberto Dualib, Tite não esconde ingratidão ou mágoa.
Embora a diretoria diga que tem total confiança no técnico e que garante sua permanência mesmo em caso de derrota, uma demissão reforçaria não apenas a estatística, como daria margem para provocações dos torcedores rivais, fato ruim para o marketing do clube. “Mas nós não nos norteamos com isso e nem ficamos preocupados com o passado”, disse Luis Paulo Rosenberg, diretor de marketing do clube.
Pelo discurso oficial, Tite não precisa se afligir com a possibilidade de virar motivo de piada por aumentar a lista de vítimas do rival. “Não é pela rivalidade. Nós temos colocado isso, e, mais uma vez, eu vou repetir, o trabalho do Tite não está em risco, com vitória ou derrota para o São Paulo”, assegurou o diretor adjunto de futebol do Corinthians, Duílio Monteiro Alves.

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Apesar do histórico negativo de demissões do Timão contra o São Paulo, além da possibilidade de cair ainda mais na tabela, nada parece abalar o técnico Tite pelo respaldo que recebe dos dirigentes. “Vamos para um jogo decisivo, contra um adversário direto. Sabemos da importância do clássico e da nossa posição no campeonato”, comentou o técnico Tite.
Tricolor também já ‘segurou’ treinador
E não é só do lado corintiano que o resultado no clássico é fundamental para dar sobrevida ao treinador. Nesta temporada, o São Paulo passou por uma grande crise após a derrota para o Corinthians por 5 a 0, no Pacaembu, pelo primeiro turno do Brasileirão. Mesmo com muitos pedidos e os cartolas decididos que o então técnico do Tricolor, Paulo César Carpegiani, seria demitido, eles aguardaram mais duas derrotas para mandá-lo embora.