O resultado da partida não faz a mínima diferença. Nas arquibancadas do Morumbi, o nome do meia-atacante Rivaldo é sempre gritado em coro pela torcida tricolor, independentemente de o São Paulo estar ganhando ou perdendo.
Apesar do apelo popular, o veterano jogador já está acostumado com a reserva. Quando era comandado por Paulo César Carpegiani, ele ficou encostado e poucas chances recebeu.
Com a chegada de Adílson Batista, Rivaldo ganhou vaga no time apenas durante as primeiras partidas. Mesmo sem ser titular, o craque quase sempre desfila seu bom futebol quando entra em campo. Além do toque de bola refinado, o camisa 10 mantém o velho faro de gol.
Autor de um lindo tento na goleada por 4 a 0 sobre o Ceará, neste sábado, no Morumbi, Rivaldo é o artilheiro da era Adílson no comando do São Paulo, com cinco gols.
"Minha preparação física é muito boa. Tenho condições de jogar 90 minutos. Mas, infelizmente, até hoje, só joguei os 90 minutos em minha estreia pelo São Paulo", lamenta Rivaldo.
Indagado sobre essa insatisfação, Adílson exaltou as qualidades do jogador, mas adiantou que ele deve continuar no banco de reservas. "O Rivaldo dispensa comentários, sabemos do potencial dele e, dentro de campo, está mostrando condições de jogar", disse. "Mas é uma questão de opção e de fazer o melhor para o grupo. Mesmo quando entra depois, ele está decidindo. É importante que ele queira ser titular. Nós respeitamos isso", acrescenta.
Com contrato até o fim do ano, Rivaldo tem futuro incerto no São Paulo. "Vamos conversar só no fim do ano. O Rivaldo não é um jogador qualquer, tem uma experiência muito grande e bom-senso", disse João Paulo de Jesus Lopes, vice-presidente de futebol do clube.
Rivaldo havia entrado no segundo tempo do jogo no lugar de Henrique
Foto: Ricardo Matsukawa/Terra