Foi a segunda vez no Brasileirão que o São Paulo comemora duas vitórias seguidas de casa. De quebra, o time que foi aos 45 pontos, um a menos que o líder Vasco, que marcou 4 a 0 no Grêmio em São Januário, ganhou moral para o clássico da próxima quarta-feira, contra o Corinthians, também no Cícero Pompeu de Toledo. Já o Ceará, que teve a estreia do técnico Adilson Batista, segue sua sina de não vencer no segundo turno, completou sua quinta partida seguida na competição e, cada vez mais, se aproxima da zona de rebaixamento. Com 27 pontos e ocupando a 15ª posição, o time buscará a reabilitação na quinta, contra o Palmeiras, no estádio do Canindé.
São Paulo acorda e marca no fim do primeiro tempo
Um Ceará melhor organizado em campo, que teve claras chances para abrir o marcador, não o fez e viu o São Paulo matar o jogo em apenas dois minutos. É dessa maneira que pode ser analisado o primeiro tempo da partida disputada no estádio do Morumbi. O Tricolor sentiu muito a falta de Dagoberto, enquanto no Vozão o baixinho Osvaldo foi o grande destaque e o rodado Washington levou o torcedor são-paulino ao desespero dentro da área.
Jogando em casa e apoiado pelo bom público presente, o time de Adilson Batista só não abriu o marcador porque Fernando Henrique fez grande defesa em cabeçada de Cícero. A bola bateu na trave e na volta, Michel salvou gol certo de Wellington. Esse lance deu a falsa impressão de que seria um passeio no Morumbi o que, nos minutos seguintes, mostrou claramente que não aconteceria.
O Ceará, aos poucos, foi se organizando em campo. Estevam Soares optou pela marcação individual em cima das principais peças do Tricolor. Heleno grudou em Lucas, Michel acompanhava Cícero e o volante João Marcos, improvisado na lateral, vigiava Juan. Com isso, a armação cabia a Wellington e Carlinhos Paraíba, que eram muito deficientes no passe.

Sem inspiração, o São Paulo passou a ser vítima dos contra-ataques do Ceará, sempre puxados pelo baixinho Osvaldo. Quando Adilson destacou Piris para ser o marcador pessoal do camisa 11 do Vozão, a lateral-direita tricolor passou a ser uma avenida para os avanços de Vicente. Em três lances, a bola foi cruzada com perigo na área e os zagueiros são-paulinos evitaram a conclusão de Washington. Quando ele conseguiu cabecear, Rogério Ceni fez grande defesa.
Vendo o time mal em campo, a impaciência começou a tomar conta da torcida tricolor, que ainda no primeiro tempo, pediu a entrada de Rivaldo. O Tricolor só foi levar perigo novamente aos 37, em chute de Lucas, que obrigou Fernando Henrique a fazer grande defesa. No lance seguinte, Rogério trabalhou em chute cruzado de Vicente e Wellington e na sequência Rhodolfo salvaram gol certo de Washington.
O jogo já se encaminhava para o final quando o São Paulo, no momento em que o Ceará era melhor em campo, achou o seu gol com Juan, que aproveitou cruzamento de Carlinhos Paraíba e fez de cabeça. O Ceará ainda assimilava o primeiro golpe quando levou o segundo. Casemiro, em seu primeiro lance de inspiração na partida, fez assistência primorosa para Piris, que tocou no canto direito de Fernando Henrique e marcou o seu primeiro gol pelo Tricolor.
Casemiro faz golaço, Rivaldo tranquiliza e São Paulo passeia
Com a vantagem no marcador, o jogo ficou da maneira que o São Paulo gosta ou seja, sem a obrigação de ter que tomar a iniciativa e com o contra-ataque à disposição. O jogo ficou aberto, já que o Ceará avançou seu meio-campo e também continuou levando perigo. Aos 12, Estevam Soares mexeu no Vozão, sacando o amarelado Heleno para colocar o lateral Boiadeiro. Com isso, João Vítor saiu da ala e foi para o meio-campo. Adilson respondeu chamando Rivaldo para entrar em campo, na vaga do apagadíssimo Henrique.
Com a entrada do camisa 10, o time passou a ter o que faltava até então em campo: alguém que segurasse a bola e distribuísse o jogo. Aos 21, após boa troca de passes da esquerda para a direita, Casemiro arriscou de fora da área e marcou um golaço: 3 a 0. Daí para a frente, foi um passeio e, cinco minutos, após cruzamento de Juan, Rivaldo bateu de primeira e completou a festa dos 22. 581 torcedores presentes no Morumbi: 4 a 0. Com a fatura definida, Adilson aproveitou para dar descanso a Lucas e Casemiro, colocando Marlos e Rodrigo Caio em campo. Antes do apito final de Pablo Alves, Cícero, após toque de letra de Rivaldo, quase marcou o quinto. Depois, foi só comemorar.