A ideia, segundo Del Nero, é tirar pontos do clube por cada atleta que reclamar formalmente no Sindicato dos Atletas do seu clube. Sendo assim, ele espera um equilíbrio no futuro para que dirigentes pensem melhor antes de cometerem “loucuras financeiras”.
“Nós entendemos que, para ter igualdade, ter o fair play, os clubes precisam ter consciência de receita e despesa. Estamos trabalhando há bastante tempo em cima disso e da necessidade dos clubes gastarem só o que puderem. E como nesse caso não adianta falar, vamos resolver colocando no regulamento que se o clube não pagar e a reclamação chegar até a FPF via Sindicato, o Tribunal de Justiça Desportiva (TJD) poderá tirar três pontos do clube”, explicou Marco Polo Del Nero.
A medida, a princípio, só vale para o Campeonato Paulista. Ele explica que as dívidas entre clube e jogadores aumentaram bastante na Lei Pelé, que obriga que os casos esportivos sejam julgados, primeiro, na Justiça Desportiva.

“Tem muito presidente que passa do limite e cooca na conta do sucessor. Mas se perder pontos, ele vai pensar melhor antes. Antes da Lei Pelé, trabalhávamos nesse sentido e não tinha dívida trabalhistas. As dívidas eram resolvidas nos tribunais e os clubes tinham três dias para pagar ou perderiam cinco pontos. Toda sexta-feira recebíamos as notificações dos acordos entre eles. Agora, com a Lei Pelé, as dívidas cresceram de forma incrível por causa da irresponsabilidade dos clubes”, completou o dirigente.
Se aprovado pelo Ministério dos Esportes, o regulamento será válido a partir de 2012 e não levará em conta as dívidas do passado, que já estão na Justiça atualmente. Del Nero também explica que não haverá como os clubes fugirem das obrigações maquiando os pagamentos em luvas ou direito de imagem, por exemplo.
“Se a gente fosse considerar dívidas do passado, tinha clube que nem entrava mais em campo”, brincou Del Nero. “Tudo o que se refere ao salário, tudo o que o atleta tem direito, vai estar envolvido no regulamento. Vamos demorar um tempo, mas no futuro, time com dívida nem entra no campeonato. Vamos ampliar isso em três anos”, finalizou.