São Paulo 1 x 0 Goiás – O São Paulo se classificou sem muito susto para as quartas de final da Copa do Brasil. Mas o problema é que jogou apenas para o gasto.
Contra um time fraco como o Goiás, o Tricolor tinha a obrigação de apresentar um futebol mais vistoso na partida em que se reencontrou com sua casa, o Morumbi, depois de mais de um mês longe. Fosse a equipe goiana um pouco mais qualificada, o São Paulo talvez tivesse enfrentado problemas para avançar –a defesa instável e o ataque quase inoperante dos goianos explicam bem porque o time já não nada de braçada no seu Estadual e como foi parar na Segundona do Brasileiro.

Na melhor chance esmeraldina na primeira etapa, Rogério Ceni saiu mal para cortar cruzamento e ataque não aproveitou
Foto: Fernando Borges/Terra
O São Paulo continua a ser um time rápido, de bom toque de bola, que pode a qualquer momento encaixar um contragolpe e marcar um gol. Mas para quem se propõe a ser campeão de um torneio mata-mata, só isso não basta.
Claro que a volta de Lucas e a estreia de Luís Fabiano farão muito bem ao time de Paulo Cesar Carpegiani. Eles são a pitada de futebol de alto nível que o time tanto carece às vezes. Mas até lá –e esse “lá” pode demorar a chegar – o São Paulo tem de melhorar algumas de suas principais deficiências.
Uma das maiores é a frouxidão da marcação no meio de campo. Carlinhos Paraíba e Casemiro são jogadores que fazem a mesma função, a de segundo volante. E ambos marcam menos do que o time precisa. Por isso que mesmo diante de equipes inferiores tecnicamente, como o Goiás de ontem e a Portuguesa do último domingo, o São Paulo passa alguns apuros que poderiam ser evitados.
Pelo menos o ataque tem funcionado, com Dagoberto jogando no último ano de seu contrato tudo o que o torcedor e a diretoria esperavam que ele fosse jogar desde que chegou ao Morumbi em 2007.
RIVALDO TEM LUGAR NO TIME
lsinho também parece ter encontrado seu espaço. Como meia, jogando quase como um ponta, o ex-lateral que não sabe marcar vai bem. Seus dribles cabem bem nessa faixa do campo.
Mas ele e Marlos juntos acabam não sendo tão produtivos para o time. Um deles poderia muito bem dar lugar a Rivaldo, ao menos nas partidas em que o Tricolor não conta com Lucas. O veterano, aliás, está começando a se cansar da falta de espaço no elenco.

Em pouco tempo em campo, Rivaldo conseguiu criar jogadas perigosas no ataque tricolor
Foto: Fernando Borges/Terra
E ontem, em dez minutos, o veterano de 39 anos mostrou toda sua classe. Colocou os companheiros duas vezes na cara do gol com passes precisos, o que já bastaria para lhe dar ao menos mais uma chance. O Tricolor chorou por anos (sem exagero) a ausência de um 10 legítimo. Agora que tem, não o utiliza. Uma hora isso pode fazer falta.