Em 29 de setembro de 1998, Mário Sérgio assumiu um São Paulo em crise, já distante da faixa de classificação para as quartas de final do Brasileiro, e implantou uma série de mudanças, como a obrigação das caneleiras dos treinos e o fim das definições de esquemas táticos. Na época, a maior polêmica era Zé Carlos, lateral-direito que esteve na Copa do Mundo menos de três meses antes, na reserva. O técnico, porém, entrou na história por outro motivo: proibiu Rogério Ceni de bater faltas.
O goleiro reproduz em seu livro "Maioridade Penal" a conversa que teve com o treinador: "Rogério, a partir de hoje você não bate mais falta. Você é o meu goleiro, mas não vai cobrar faltas. Combinado?' O que eu poderia dizer? (...) Ele mandava, eu obedecia. Chateado pra caramba (...) Só dos treinos, das dezenas de cobranças diárias, é que não abri mão."
O argumento era de que Rogério se cansava muito tendo que voltar correndo à meta depois de bater faltas. E até treinar as cobranças poderia ser uma rebeldia, já que a ordem era se aperfeiçoar como goleiro. "
Mais de 12 anos depois, o goleiro que tinha seis gols quando Mário Sérgio o vetou voltou a se aventurar no ataque já em 1999, sob o comando de Paulo César Carpegiani, contra o rival Corinthians, chegou aos cem. E o treinador, agora, admitiu não só que errou, mas que "não percebeu um superdotado" que passou pela sua mão.
- Eu achava que o que ele se desgastava para treinar faltas poderia usar para treinar no dia a dia os fundamentos da posição. Ele poderia prejudicar até a sua atuação por se desgastar indo ao ataque para bater e voltando correndo para o gol. Mas ele começou a fazer gol, gol, gol e provou que a minha tese estava errada. Ele é uma raridade no contexto mundial, um dos superdotados que passou na minha mão e não notei.
Mário Sérgio brincou com a marca histórica alcançada pelo capitão do Tricolor e disse que, se hoje fosse o treinador são-paulino, o camisa 1 teria liberdade para fazer de tudo em campo.
- Não me furto de forma alguma em comentar sobre o assunto. Na época, errei. Hoje, se ele fosse meu jogador, bateria falta, pênalti, lateral, escanteio...
Perdoado
O goleiro Rogério Ceni não guardou mágoas do treinador que o censurou e, após atingir a marca, perdoou Mário Sérgio.
- Quanto ao Mario eu agradeço porque eu aprendi que a gente precisa respeitar a hierarquia. Aprende a atender os que mandam é importante. Tanto é que hoje ele pensa diferente, como ele já falou.
Único a vetar faltas de Ceni, Mário Sérgio se arrepende
Ex-técnico do goleiro diz que hoje, camisa 1 "bateria até escanteio" em seu time
Fonte R7
28 de Março de 2011
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