A imagem acima é de uma formação de 2003, ano em que pela última vez o São Paulo tinha conseguido fazer o mesmo. Na foto, você vê jogadores como Kléber, Fábio Santos, Gabriel, Fábio Simplício e Júlio Baptista. No início daquela campanha que levou ao terceiro lugar no Brasileirão, também havia Kaká.

Na última partida daquele ano, derrota por 3 x 1 para o Flamengo no Morumbi, o Tricolor escalou Rogério, Edcarlos, Jean, Gabriel, Fábio Simplício, Fábio Santos e Diego Tardelli entre os titulares. Eram sete.
Revelar jogadores não é necessariamente receita de sucesso. Basta olhar a lista dos sete escalados em 2003 e entender que Edcarlos, Jean, Gabriel e Fábio Santos não alcançaram o estrelato. Mas todos os sete estão no mercado e em times grandes. Edcarlos no Cruzeiro, Jean no Flamengo, Gabriel e Fábio Santos no Grêmio, Fábio Simplício na Roma, Diego Tardelli no Atlético Mineiro e na Seleção Brasileira. Rogério dispensa a lembrança.
Escalar cinco pratas-da-casa contra o Palmeiras tem um significado para o clube, que há pelo menos quatro anos discute a formação de jogadores no Centro de Treinamento de Cotia, montado para as divisões de base. No meio da década, o São Paulo dispensou Cilinho, técnico que formou a equipe histórica dos Menudos em 2005 e que geriu as divisões de base entre 2002 e 2004. Em seu lugar, entrou o preprador físico dos Menudos, Bebeto de Oliveira. Na época da mudança, a diretoria julgava que os resultados passariam a ser melhores. Não foram.
Claramente o São Paulo tem sofrido com a maneira correta de fazer a transição das divisões de base, em Cotia, para os profissionais, na Barra Funda. Há quem diga que os jogadores, apadrinhados por seus empresários, já chegam aos profissionais com vícios incuráveis. Há quem diga que o São Paulo sofre porque disputa jogadores no mercado e tira-os de outros clubes. Chegam ao clube sem nenhuma identidade com o lugar e por isso não chegam bem aos profissionais.
A escolha de Sérgio Baresi como técnico-interino teve dois objetivos. O primeiro, proteger Mílton Cruz e mantê-lo na função em que é importante, auxiliar-técnico, sem desgastes desnecessários como trreinador-interino. O segundo, tentar fazer com o treinador da base a melhora no processo de transição dos amadores para os profissionais, enquanto não se encontra no mercado o treinador que o São Paulo julgue ideal. A transição ainda precisa de aprimoramento. Mas a vitória sobre o Palmeiras de um sinal. A primeira equipe com cinco pratas-da-casa em sete anos, no Morumbi.
Veja abaixo, a ficha do último jogo em que o São Paulo escalou cinco ou mais pratas-da-casa:
14/dezembro/2003
SÃO PAULO 1 x 3 FLAMENGO
Local: Morumbi (São Paulo); Juiz: Leonardo Gaciba (RS);
Renda: R$ 143.490; Público: 14.420;
Gols: Diego Tardelli 12, Rafael 43 do 1o; Edílson 2, Edílson 21 do 2o;
Cartão amarelo: Fábio Santos, Jonatas;
Expulsão: Jean, Edílson 36 do 2o;
Gabriel, Fábio Simplício, Diego
Tardelli, Henrique 46 do 2o
SÃO PAULO:
Rogério,
Lugano,
Edcarlos (Marco Antônio 12 do 2o) e
Jean;
Gabriel,
Fábio Simplício,
Adriano (Fabiano 12 do 2o) e
Fábio Santos;
Souza; Diego Tardelli e
Luís Fabiano.
Técnico: Roberto Rojas
FLAMENGO:
Júlio César,
Rafael,
Henrique,
Fabiano Eller e
nderson;
Luciano Baiano,
Íbson,
Jonatas (Júnior 20 do 2o) e
Felipe;
Fernando Diniz (Bruno 28 do 2o) e
Edílson.
Técnico: Waldemar Lemos