Esteve longe, muito longe, de ser um São Paulo e Palmeiras à altura da história desses dois grandes. Mas foi um retrato fiel do momento que vivem. O Tricolor se impôs graças à eficiência de seu sistema de marcação, cada vez afinado, e o Verdão naufragou pela falta de criatividade e qualidade técnica de seu elenco - cada vez mais evidentes.
Quando as equipes entraram em campo, a escalação escolhida por Parraga indicava que o Palmeiras não se limitaria a ficar encolhido. Ao invés de colocar três zagueiros, optou por um time mais ofensivo do que o que havia goleado o Grêmio. No lugar do suspenso Marcos Assunção entrou o meia Lincoln.
Mas quando a bola rolou, o que se viu foi bem diferente. O garoto Vinícius se preocupava mais em acompanhar Cicinho do que em atacar, e com isso Ewethon ficava isolado. E os meias não conseguiam encontrar espaços na pegajosa marcação feita pelo Tricolor.
O Palmeiras tocava de lado sem a menor objetividade. E o São Paulo, quando recuperava a bola, chegava com velocidade ao ataque e colocava a defesa verde em apuros.
MUDOU PARA MELHOR
Se a vida palmeirense já estava difícil, ficou ainda pior quando Cleiton Xavier teve de sair ainda no primeiro tempo. Parraga colocou o brucutu Souza para tentar fechar os espaços à frente da área de Marcos, já que Edinho e Maurício Ramos hesitavam nas jogadas de corpo a corpo porque já tinham levado amarelo.
O São Paulo também perdeu um jogador por contusão, mas no seu caso a substituição foi produtiva. Fernandinho entrou no lugar de Marlos e deu profundidade ao jogo pela esquerda.
E foi por ali que saiu o gol, aos nove minutos do segundo tempo. Fernandinho passou fácil por Maurício Ramos e rolou do fundo para Fernandão desviar de primeira com o pé direito.
O gol era quase a sentença de morte para o Palmeiras, que só conseguiria fazer um gol por acaso - tamanha a sua incapacidade para criar.
Aí é que faltou ousadia para o São Paulo matar o jogo. Se tivesse continuado a apertar a saída de bola palmeirense teria mantido o adversário longe de seu gol. Mas Ricardo Gomes trocou Dagoberto por Jorge Wagner e mostrou que a partir dali ia defender o resultado.
Convidado a atacar, o Palmeiras fez o que estava ao seu alcance, que era muito pouco. Quando o jogo estava quase acabando, uma chance caiu do céu: pênalti sobre Ivo. Mas ontem era dia de o melhor ganhar. E coube ao grande Rogério Ceni fazer justiça com suas mãos.
Atuações
São Paulo 6
Rogério Ceni (8)Garantiu a vitória com uma defesa no pênalti cobrado por Ewerthon.
Xandão (6)Jogou com confiança e foi bem.
Alex Silva (7,5)Tomou conta da área com autoridade;
Richarlyson (6)Afoito em alguns lances, mas sem comprometer a segurança da defesa.
Cicinho (5,5)Pouco eficiente no ataque.
Jean (6)Deu pouco espaço para os armadores do Verdão.
Hernanes (6)Poderia ter participado mais dos lances de ataque.
Marlos (5)Não conseguiu criar jogadas pela direita.
(Fernandinho) (6,5)Fez boa jogada no gol e quase marcou o seu pouco depois.
Junior Cesar (6,5)Bem na marcação e ativo no ataque.
Dagoberto (6)Fez uma boa jogada no início e depois ameaçou pouco a defesa.
(Jorge Wagner) (6)Ajudou na marcação.
Fernandão (7)Foi decisivo quando se posicionou como matador e inteligente quando recuou.
Ricardo Gomes (7)Arrumou bem a marcação, mas depois do gol colocou o time muito atrás.
Palmeiras 5
Marcos (6,5)Fez duas defesas importantes. No final foi tentar o gol de cabeça.
Vitor (5,5)Ainda está longe de ser o lateral que era no Goiás.
Maurício Ramos (5)Tomou um cartão de cara e por isso afrouxou na marcação de Fernandinho no lance do gol.
Danilo (6)Tirou a bola de perto da área sem enfeitar.
Gabriel Silva (4)Assustado, foi facilmente marcado.
Edinho (4)Cansou de errar passes na saída de bola.
Márcio Araújo (5,5)Burocrático com a bola nos pés.
Lincoln (6)Tentou armar, mas a marcação do São Paulo o deixava sem opção de passe.
Cleiton Xavier (5)Errou passes e ficou preso à marcação.
(Souza) (4)Não protegeu a zaga nem ajudou na saída de bola.
(Paulo Henrique) (s/n)Jogou pouco tempo.
Ewerthon (4) Não podia ter perdido o pênalti.
Vinícius(5)Mais correu atrás de Cicinho do que para a área do São Paulo.
(Ivo) (5)Só sofreu o pênalti.
Parraga (6)Ficou difícil arrumar o time sem Cleiton Xavier.