#RenunciaCasares: até quando o torcedor vai aguentar tantos escândalos no São Paulo?
O São Paulo Futebol Clube vive uma crise que já ultrapassou qualquer limite esportivo. O problema não é apenas perder jogos, ser eliminado precocemente ou falhar em planejamento de elenco. O que se vê hoje é um clube afundado em escândalos sucessivos, denúncias graves, investigações policiais e episódios que colocam em xeque a governança, a ética e o respeito à própria instituição. É nesse cenário que nasce o debate e a campanha #RenunciaCasares, impulsionada pelo esgotamento total do torcedor.
Nos últimos meses, o São Paulo virou manchete nacional não por títulos, mas por áudios vazados, práticas médicas questionáveis, parcerias nebulosas, carros de luxo, camarotes explorados e até inquérito da Polícia Civil. Cada novo capítulo aprofunda a sensação de que o clube perdeu completamente o controle de seus bastidores, enquanto a torcida assiste à degradação da imagem do Tricolor.
Canetas emagrecedoras, cirurgias e o colapso do departamento médico
A sucessão de escândalos começou muito antes dos camarotes e dos carros. Um dos episódios mais alarmantes envolve o uso de canetas emagrecedoras por atletas do elenco, prática que veio à tona em meio a um número absurdo de contusões, cirurgias e afastamentos médicos, algo jamais visto na história recente do São Paulo.
Segundo as informações divulgadas, os medicamentos — originalmente indicados para tratamento de diabetes e emagrecimento — teriam sido utilizados fora dos protocolos convencionais do futebol profissional. O caso gerou indignação entre torcedores, médicos e especialistas, levantando questionamentos sérios sobre quem autorizou, quem prescreveu e com qual critério.
O episódio culminou na demissão de um nutrólogo que recebia valores elevados e estava à frente de um projeto médico-nutricional tratado como “inovador”, mas que acabou se transformando em mais um símbolo do improviso e da falta de controle interno. O resultado prático foi devastador: jogadores fora de combate, elenco desmontado e uma temporada esportivamente comprometida.
Áudios, camarotes e licenças: o Morumbi no centro do escândalo
Quando a crise médica ainda estava fresca, o clube foi atingido por outro terremoto institucional: o vazamento de áudios que levantam suspeitas sobre a exploração irregular de camarotes no Morumbi, especialmente em dias de shows. As gravações citam ganhos financeiros e envolvem nomes ligados ao Conselho Deliberativo.
Após a repercussão, Douglas Schwartzmann e Mara Casares solicitaram licença de seus cargos, enquanto o São Paulo informou que abriria apuração interna. Para o torcedor, no entanto, o dano já era irreversível: o clube novamente associado a práticas incompatíveis com sua história.
Investigação da Polícia Civil: dinheiro de atletas no radar
O cenário se agravou ainda mais com a revelação de que a Polícia Civil instaurou inquérito para apurar supostos desvios de verbas em negociações envolvendo jogadores do São Paulo. Segundo o que foi divulgado, dirigentes e empresários estariam no radar da investigação, com autorização judicial para medidas como quebra de sigilos bancários.
O clube declarou que não foi oficialmente comunicado e que se colocaria à disposição para prestar esclarecimentos caso fosse citado. Ainda assim, para o torcedor, o simples fato de o São Paulo ser alvo de uma investigação desse porte já representa um golpe profundo na credibilidade institucional.
O caso Osten: 12 carros, camarotes e conflito de interesses
Como se não bastasse, veio à tona o escândalo envolvendo a Osten Group. De acordo com as informações divulgadas, a parceria previa a cessão de 12 veículos de luxo — parte deles blindados — a dirigentes do clube, em troca do uso de camarotes no Morumbi e ações institucionais.
A situação se tornou ainda mais grave quando surgiram informações apontando que Julinho Casares, filho do presidente Julio Casares, também teria mantido um contrato de comodato com a Osten, envolvendo a utilização de um veículo em troca de exposição, produção de conteúdo e participação em eventos ligados ao camarote do estádio.
A ligação direta entre empresa, clube e um familiar do presidente ampliou drasticamente o debate sobre conflito de interesses. Para muitos torcedores, esse episódio simboliza o rompimento definitivo da confiança na atual gestão.
Não basta investigar: é preciso expulsar
O que une todos esses episódios — canetas emagrecedoras, colapso do DM, camarotes, carros, contratos paralelos e investigação policial — é a sensação de impunidade. Sempre há um novo escândalo, mas raramente há consequências claras, públicas e definitivas.
A campanha #RenunciaCasares nasce desse esgotamento. O São Paulo precisa de uma ruptura profunda. Mais do que isso: todos os envolvidos em irregularidades devem ser afastados e, se confirmadas as denúncias, expulsos definitivamente do clube, sem qualquer possibilidade de retorno.
O São Paulo é maior do que qualquer dirigente, conselheiro ou sobrenome. O torcedor não aguenta mais tanto escândalo. E a pergunta que ecoa no Morumbi é simples, direta e inevitável: até quando?
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