Régis, um lateral-direito que conquistou os holofotes no futebol brasileiro, teve sua trajetória marcada por altos e baixos. Ao ser contratado pelo São Paulo em março de 2018, aos 28 anos, o jogador emanava esperança. Ele havia se destacado no São Bento durante o Campeonato Paulista e via essa oportunidade como um trampolim para o sucesso. No entanto, sete meses depois, sua passagem pelo clube foi encerrada devido a problemas pessoais relacionados à dependência química, que interromperam sua carreira em um momento crucial.
Agora, aos 36 anos, Régis deseja recuperar o tempo perdido e se propõe a ser um exemplo para os jovens atletas. Em uma entrevista concedida a um estúdio da ESPN, ele relembrou as dificuldades enfrentadas e as portas que se fecharam ao longo do caminho. Durante sua reflexão, o jogador expressou gratidão a todas as pessoas que o apoiaram em sua jornada. "O futuro era muito amplo", afirmou, ao ponderar sobre seu potencial no esporte.
Sentado em um ambiente acolhedor, Régis não teve medo de abrir seu coração. Ele falou sobre o que sentiu durante seu afastamento do futebol: "As concentrações, as resenhas com os jogadores, a ligação da família desejando boa sorte; esse carinho é o que eu precisava". Desse modo, enfatizou que os aspectos emocionais do esporte vão muito além do glamour e da fama.
Desde sua saída do São Paulo, régis rodou por cerca de 15 clubes, mas não conseguiu retornar à elite do futebol. Recentemente, atuou pelo Sport Club Capixaba, no Espírito Santo, e agora busca novas oportunidades para 2026. Ele está focado e se mantém preparado fisicamente, reconhecendo a importância do apoio familiar e da determinação no cuidado com sua saúde.
A infância de Régis no Distrito Federal foi tranquila, embora tivesse que enfrentar os desafios típicos de um jovem de periferia. Ele começou sua carreira no Legião Futebol Clube, um projeto que visa apoiar talentos das comunidades. Embora tenha percorrido diversos clubes, a ascensão ao São Paulo surgiu como um prêmio por seu esforço no Campeonato Paulista. No entanto, esse triunfo foi ofuscado por suas lutas internas com a dependência química.
Apesar das dificuldades, Régis teve boas atuações e recebeu apoio de companheiros de equipe no São Paulo, como Diego Souza e Rodrigo Caio, que o incentivaram durante seus momentos mais difíceis. Contudo, a combinação de glamour e dependência química foi uma tempestade que tornou sua experiência no clube desafiadora. Ele reconhece que a falta de equilíbrio emocional contribuiu para sua queda.
Falando sobre preconceitos enfrentados após sua saída do São Paulo, Régis lamentou que, mesmo sendo um atleta talentoso, seu passado ainda o persegue. "As pessoas olham muito para o Régis do problema, mas eu sou um cara super humano, que gosta de ajudar as pessoas", declarou. A superação de suas dificuldades o fez valorizar mais as relações humanas e reconhecer aqueles que estiveram ao seu lado em momentos difíceis.
Após enfrentar problemas significativos, Régis reflete sobre o aprendizado que obteve. "Passar por isso me fez entender que o futebol é só uma fase", expressou, enfatizando a importância da preparação emocional e apoio psicológico para atletas. Ele agora deseja ser um mentor para jovens, compartilhando as lições que aprendeu sobre a vida e a carreira no esporte.
Ao olhar para o futuro, Régis deseja construir um legado. Ele planeja investir no agenciamento de atletas, oferecendo suporte e educação social aos que se aventuram no esporte. "Quero fornecer a eles aquilo que eu não tive: uma instrução social", afirmou, com a esperança de que sua experiência possa ajudar outros a evitar os mesmos erros.
Régis finalizou desejando um futuro onde possa olhar para trás com orgulho de sua trajetória. "Daqui a dez anos, quero ser capaz de dizer que fui um guerreiro que superou desafios e ajudou outros ao longo do caminho", concluiu, refletindo sua determinação em transformar suas lutas em força para o futuro.
