Problemas internos: Crise política se agrava e oposição pede renúncia de Julio Casares no São Paulo

O São Paulo vive um período extremamente conturbado em sua história, marcado por crises tanto dentro de campo, com resultados insatisfatórios, quanto fora dele, onde a política interna do clube enfrenta uma situação caótica. Recentemente, o Tricolor se viu envolvido em polêmicas que incluem problemas médicos ligados ao uso de canetas emagrecedoras não autorizadas no Brasil, além de denúncias envolvendo a venda irregular de camarotes durante shows no Morumbi, realizadas por diretores do clube. Essas circunstâncias têm gerado uma crescente rejeição ao presidente Julio Casares, que antes era visto como intocável.

Hoje, já é evidente que há um movimento robusto dentro do Morumbi pedindo a renúncia de Casares. O grupo opositor chamado “Movimento Salve o Tricolor Paulista” protocolou um pedido formal para que o presidente se afaste do cargo. Para entender melhor a situação, a ESPN conversou com Caio Forjaz, um conselheiro da oposição, que criticou o atual modelo de gestão, caracterizando-o como “totalmente antidemocrático”. Ele argumentou que as gestões do clube, tanto a atual quanto as passadas, foram planejadas para perpetuar o poder nas mãos de um pequeno grupo, dificultando a participação efetiva dos sócios.

Forjaz destacou que o estatuto do São Paulo favorece esse tipo de concentração de poder e escreveu: “Nós, conselheiros, defendemos o voto direto pelos sócios, assim como o voto eletrônico. Um movimento apolítico de sócios independentes, conhecido como Nova Era, já surgiu com esse objetivo.” Ele observou que esse movimento tem crescido, refletindo a insatisfação dos torcedores, que clamam por mudanças. “O São Paulo, sendo um clube totalmente antidemocrático, necessita de uma reforma estatutária para evitar que o poder permaneça concentrado em poucas mãos”, acrescentou.

De acordo com Caio, a solução imediata para a crise poderia ser a saída de Julio Casares, mesmo que ele ainda tenha um ano de mandato. “Não há mais clima para que ele continue na presidência”, afirmou. O conselheiro mencionou que um pedido para convocar uma reunião extraordinária já está em andamento, com 50 assinaturas de conselheiros sendo coletadas, o que é um passo necessário para a destituição. “Esse pedido será protocolado assim que conseguirmos as assinaturas necessárias, e o presidente do Conselho Deliberativo deverá convocar a assembleia dentro de 30 dias”, explicou.

Se a destituição for aprovada, o vice-presidente assumiria imediatamente, e o plano é nomear Harry Massis Júnior como novo presidente, um profissional da confiança de Forjaz e capaz de liderar o clube. Ele observou que, embora a troca de presidência não resolva todos os problemas, seria um sinal positivo para os torcedores, que precisam ver mudanças significativas e transparentes no clube.

“A oposição está pronta para mudar os rumos do São Paulo. Não somos os salvadores da pátria, mas acreditamos na possibilidade de recuperação do clube nos próximos anos. Precisamos de uma transição que incline para a honestidade, confessando que não poderemos realizar aquisições significativas sob o atual cenário financeiro. Teremos que demitir funcionários e renegociar contratos com jogadores existentes”, concluiu Forjaz, ressaltando que um plano de auditoria e investigação será implementado assim que a nova gestão assumir.

Embora o São Paulo tenha aprovado o orçamento para a temporada 2026, as recentes votações revelaram a crescente força da oposição, com a votação final sendo de 112 votos a favor e 107 contra, evidenciando que a atual administração já não goza do mesmo apoio de antes. O futuro próximo do Tricolor Paulista promete ser agitado, com possíveis desdobramentos que podem alterar significativamente a gestão e a direção do clube.