Muricy Ramalho, uma figura emblemática do São Paulo Futebol Clube, ocupa atualmente a posição de coordenador técnico, após uma trajetória rica como jogador e treinador. Ele carrega a responsabilidade de ajudar o clube a recuperar sua posição no ápice do futebol brasileiro, um local que, segundo ele, nunca deveria ter abandonado. Com um histórico impressionante de conquistas, incluindo seis campeonatos brasileiros, uma Copa do Brasil, três Copas Libertadores e três Mundiais, o São Paulo enfrenta agora um momento crítico devido a uma profunda crise financeira, com uma dívida que supera os R$ 912 milhões.
Nos últimos anos, o Tricolor viu clubes como Flamengo e Palmeiras tomarem a dianteira tanto no cenário nacional quanto internacional. Antigo reinado da Libertadores, que durou 20 anos, agora parece distante, já que o clube paulistano foi superado pelo Flamengo recentemente. Muricy, que faz parte do processo de re estruturação do clube, reconhece a necessidade de o São Paulo voltar a figurar entre os gigantes do futebol brasileiro. Um dos primeiros passos para esse ressurgimento é garantir uma vaga na próxima edição da Copa Libertadores, tarefa que é, no entanto, um grande desafio para o time neste momento.
O São Paulo ainda alimenta esperanças de se classificar para a fase preliminar da Libertadores, mas isso depende de dois fatores: vencer ou pelo menos empatar com o Vitória na última rodada do Campeonato Brasileiro e torcer para que a Copa do Brasil amplie o G7 para G8. Em meio à situação financeira delicada, o clube não poderá se dar ao luxo de realizar grandes contratações na janela de transferências que se abrirá em janeiro de 2026. A estratégia deve ser semelhante à recente, focando em jogadores disponíveis no mercado, seja por meio de transferências gratuitas ou empréstimos com opção de compra.
A diretoria do São Paulo se reúne constantemente para delinear o planejamento da próxima temporada, mas a incerteza em relação à classificação para a Libertadores ainda paira. Apesar das dificuldades, há uma clara intenção de priorizar a chegada de reforços jovens e de abrir espaço para os talentos que surgem na base, em Cotia. Muricy Ramalho projeta que o próximo ano será ainda mais desafiador do que o atual, destacando a necessidade de um investimento cuidadoso devido às novas regras implantadas pelo FIDC (Fundo de Investimento em Direito Creditório).
Além disso, o São Paulo está articulando a criação de um novo fundo de investimentos em parceria com a Galápagos para facilitar a contratação de reforços. Muricy deixou claro que o clube precisa permanecer competitivo e voltar a brigar por títulos, especialmente após um 2025 abaixo das expectativas. Ele enfatiza que a pressão é um componente essencial para a melhora do desempenho: “A pressão faz o cara melhorar. Por isso, nunca reclamei de pressão. O cara vai ter que fazer o melhor. E a gente tem que fazer o melhor para o ano que vem.”
Nos desafios que vêm pela frente, o São Paulo deve encarar o Vitória no Barradão na última rodada do Brasileiro, e qualquer resultado será crucial para a continuação dos sonhos de Libertadores. Muricy, reconhecendo a importância desse jogo, reafirma: “Aqui não tem esse negócio de já entrar de férias. Vamos com o melhor que temos para a Bahia. Vamos dar o nosso melhor e, se Deus quiser, pegar essa Pré-Libertadores.”
A torcida do São Paulo, que terminou o ano com sentimentos mistos diante do desempenho do clube nas diversas competições, está cada vez mais ansiosa por mudanças significativas, tanto no campo quanto na gestão. A frustração é compreensível, e a pressão sobre a diretoria, liderada por Julio Casares, é palpável. O próximo ano será determinante para que o clube possa mirar novamente em grandes conquistas e fortalecer sua identidade no futebol brasileiro.