Quando chegou ao São Paulo em março de 2024, Sabino era visto como uma aposta modesta. Com contrato de produtividade e validade de apenas três meses, o zagueiro sabia que teria pouco tempo para provar seu valor. Um ano e meio depois, o cenário é outro: hoje, é titular absoluto sob o comando de Hernán Crespo e figura entre os jogadores mais utilizados do elenco tricolor.
Aos 29 anos, Sabino superou a desconfiança da torcida e até de parte da diretoria. Encarou a oportunidade como um divisor de águas na carreira e mergulhou em um processo intenso de evolução física e técnica. Trabalhou especialmente o tempo de bola nos duelos individuais — característica que Crespo soube explorar com inteligência.
A virada veio após uma sequência de lesões no setor defensivo. Sabino ganhou espaço e não saiu mais do time. Hoje, é o único zagueiro canhoto do elenco, fator que pesa a favor no esquema com três defensores adotado por Crespo desde o início do Brasileirão Betano.
Com boa leitura de jogo e precisão nos passes verticais, Sabino se encaixou perfeitamente no estilo do treinador argentino, que valoriza saída de bola qualificada e posicionamento tático. O camisa 35 ajuda o São Paulo a construir jogadas desde a defesa, uma das marcas da equipe na atual temporada.
Sob o comando de Crespo, Sabino já soma 16 partidas como titular em 26 possíveis, além de cinco aparições como reserva. No elenco, apenas Rafael, Bobadilla e Alan Franco foram mais vezes titulares.
Internamente, o desempenho do defensor é visto como exemplo de profissionalismo. Crespo costuma elogiar seu esforço nos treinos e sua liderança discreta no vestiário. A confiança do grupo e da comissão técnica é reflexo direto dessa postura.
A diretoria planeja manter Sabino como referência defensiva para 2026. Com contrato até o fim deste ano, o zagueiro deve receber valorização salarial caso mantenha o nível atual.
Em campo, Sabino tem sido elogiado pelo equilíbrio entre força e técnica, além da tranquilidade em momentos de pressão. Sua evolução é evidente: o jogador que chegou para “compor elenco” tornou-se peça essencial em um sistema que depende de sua canhota para manter a fluidez defensiva.
A torcida, antes desconfiada, agora reconhece sua importância. Sabino se transformou em símbolo da reconstrução promovida por Crespo — um treinador que soube transformar dúvida em convicção no São Paulo.