O São Paulo voltou a campo após ser eliminado da Copa Libertadores, e o retorno ao Morumbi foi marcado por um clima de melancolia e frustração. Apenas 12.314 torcedores compareceram ao estádio, resultando no menor público da temporada, com uma renda de R$ 480.951. O quadro vazio nas arquibancadas refletiu o crescente distanciamento entre o time e sua torcida, que expressou insatisfação com cobranças e protestos em relação à gestão do clube.
Antes do início da partida, centenas de torcedores se reuniram em frente ao estádio, erguendo cartazes e entoando gritos de ordem. As manifestações exigiam a saída do presidente Julio Casares, do diretor de futebol Carlos Belmonte e do executivo Rui Costa, além de questionarem mudanças no conselho deliberativo e o futuro do centro de treinamento em Cotia.
Dentro do Morumbi, a atmosfera permaneceu tensa. A torcida organizada Independente, uma das principais do São Paulo, decidiu não cantar o nome dos jogadores durante a entrada da equipe em campo, rompendo com uma tradição e evidenciando seu descontentamento. O clima da partida foi de silêncio, vaias e cobranças em tom de protesto, contribuindo para um cenário de intensa insatisfação.
No campo, o time não demonstrou sinais de reação. Ainda ressentido pela eliminação na competição continental, o São Paulo apresentou dificuldades técnicas, erros de passe e falta de intensidade, transmitindo uma sensação de apatia diante de uma torcida já desconfiada. O primeiro tempo terminou sem gols e sob vaias, mas a etapa final trouxe um agravamento à situação.
Em um contra-ataque rápido, Pedro Henrique conseguiu desmantelar a defesa tricolor e abriu o placar para o Ceará. O técnico Hernán Crespo buscou mudanças, substituindo Alan Franco por Lucas e abandonando a linha de três zagueiros. No entanto, a pressão do time foi desorganizada e pouco efetiva. O São Paulo tentou pressionar, mas teve dificuldades em ameaçar o adversário e, ao final, saiu derrotado, agora a cinco pontos do Bahia, que ocupa a última vaga para o G6, garantindo um lugar na próxima Libertadores.
A saída do Morumbi também não foi tranquila. Assim que o apito final soou, a torcida disparou vaias e xingamentos contra Casares e Belmonte. No estádio vazio, com um clima tenso, ficou claro que a recuperação do São Paulo precisa ir além de ajustes táticos. O desafio envolve, acima de tudo, a superação emocional de um elenco e de uma instituição que ainda se encontra presa à frustração da eliminação.
Que beleza agora só falta não classifica pra libertadores do ano que vêm o time sem respeito com a torcida