Nesta quinta-feira, o jovem Ryan Francisco se tornou o centro das atenções nos programas esportivos, após ter marcado o gol da vitória do São Paulo sobre a Portuguesa, no Pacaembu. No entanto, a repercussão do feito não provocou mudanças nos planos do técnico Zubeldía em relação ao tratamento dos jogadores vindos da base, reiterando sua filosofia de desenvolvimento gradual dos jovens talentos. Em coletiva, o treinador comentava sobre a situação de William Gomes, que, apesar de seu talento, foi vendido ao Porto: "Se William ficasse, teria alguns jogos a mais neste ano, iria crescendo, não na velocidade que muitos pensam, mas sim na velocidade lógica de um menino que está se formando".
O debate entre torcedores ganhou força após a venda de William e o empréstimo do lateral-direito Moreira para o Porto. Enquanto William foi um dos jovens mais utilizados na temporada, o lateral não era bem visto por Zubeldía, que acreditava que ele não era a melhor opção como reserva imediato de Igor Vinícius. A necessidade urgente do clube em gerar caixa acabou se sobrepondo a qualquer planejamento esportivo, levando à saída de importantes promessas do elenco.
Zubeldía, por sua vez, enfatiza a importância das "hierarquias" dentro do elenco, onde há espaço sim para os jogadores jovens, mas eles precisam comprovar seu valor durante os treinos e jogos. O que se percebe é que, embora Ryan Francisco já tenha mostrado potencial, o treinador espera que todos os jovens talentos, como Hugo Leonardo e Matheus Alves, necessitem de tempo para se desenvolverem adequadamente na equipe principal.
O técnico ressaltou em recente coletiva que a experiência e o desenvolvimento dos jogadores não podem ser apressados: "Apesar da repercussão de rede social e TV, são meninos em formação que devem seguir se formando". Para Zubeldía, é vital que os jovens encararem cada etapa do crescimento como uma conquista gradual, fundamentada no merecimento.
A inspiração de Zubeldía na filosofia de desenvolvimento de Marcelo Gallardo, técnico do River Plate, é evidente. Ambos acreditam que atuar no time principal é um privilégio e que os jogadores devem conquistar seu espaço com paciência e dedicação. Essa abordagem cautelosa, embora possa ser vista como conservadora, visa preservar a integridade do desenvolvimento dos atletas em um ambiente competitivo e exigente.
Em suma, o futuro de jogadores como Ryan Francisco depende não só do talento inato, mas também da disposição para trabalhar arduamente e conquistar seu espaço dentro do time, seguindo os passos de outros jovens que já estão trilhando esse caminho. O desafio para Zubeldía e sua equipe será encontrar o equilíbrio entre dar oportunidades e garantir que os jogadores estejam prontos para o alto nível de competição.