Faz tempo que futebol no estádio deixou de ser um passatempo para os mais pobres no Brasil.
Com o fim das gerais, estádios mais confortáveis e os programas de sócio-torcedor, o esporte mais popular do país se elitizou.
Mas o que acontece na decisão da Copa do Brasil passa dos limites.
Para quem não é sócio-torcedor, o ingresso mais barato (sem contar meia entradas) cobrado pelo Flamengo para o jogo no Maracanã é de R$ 400. Os visitantes irão pagar R$ 700. O São Paulo só é um pouco mais camarada: tem um setor por R$ 200, mas ele não é dos maiores.
Vamos voltar quase 40 anos no Brasil para entender como o futebol virou programa para bolsos abastados.
Em dezembro de 1984, Flamengo e Fluminense decidiram o Carioca, com mais de 150 mil pagantes no Maracanã.
Um ingresso para a geral custava 1.000 cruzeiros, a moeda brasileira na época. A arquibancada valia 5.000 cruzeiros.
O preço da geral equivalia a só 0,6% do salário mínimo da época. A arquibancada custava o equivalente a módicos 3%.
Hoje, os R$ 400 cobrados pelo Flamengo consomem quase um terço do salário mínimo vigente no Brasil.
Um mês depois, em janeiro de 1985, aconteceu a primeira edição do Rock in Rio.
Para quem deixou para comprar o ingresso no mês anterior ao festival, o preço para um dia de shows era de 20 mil cruzeiros, ou 20 vezes o preço de uma geral para a final da carioca de 1984 ou 4 vezes o valor de uma arquibancada.
Em 2023, no The Town, a versão paulistana do Rock in Rio, o ingresso (também sem contar meia entrada) para um dia custava pouco mais de R$ 800, ou só duas vezes mais que o valor do ingresso mais barato para a final da Copa do Brasil no Maracanã para quem não é sócio do Flamengo.
Os custos do futebol explodiram.
Segundo cálculo da revista "Placar", Zico ganhava no Flamengo, por valores corrigidos atuais, R$ 172 mil mensais, praticamente 10% do salário de Gabigol no mesmo clube.
O futebol nunca mais vai ser barato. Mas é perigoso achar que pode cobrar do torcedor como se fosse um grande festival de música e ser impagável para quem ganha pouco.
Deveria haver uma lei que não permitisse que os valores de determinados eventos não ultrapassassem uma determinada porcentagem equivalente ao salário mínimo estipulado no pais
Porque não compara com o lixo da seleção,o dinheiro que a CBF têm deveria ter setor popular na metade do estádio.
Pagar pra ver pablo vitar, ludmila e luiza sonza no the town tem ki ser mais barato mesmo só lixo ,sem comparação em ver uma final do seu time do coração podendo levantar a taça inédita e fazer a maior festa que a cidade de São Paulo vai ver ,