A versão japonesa do Morumbi está prestes a passar por uma grande transformação. O estádio nacional de Tóquio, passagem obrigatória do São Paulo na conquista de seus três títulos mundiais, pode ser totalmente remodelado caso a cidade venha a ser escolhida como a sede dos Jogos Olímpicos de 2020.
O projeto é semelhante com aquele aplicado no Maracanã. Todos os setores serão destruídos para que outros mais modernos e próximos ao campo sejam erguidos, além da colocação de uma arrojada cobertura em formato de capacete de ciclismo. A capacidade subirá de 54 mil para 80 mil torcedores.
O futebol, porém, só voltará a frequentá-lo se a cidade vencer a disputa com Madri e Istambul. Com as construções das arenas de Nagoya e Yokohama, o local caiu em desuso para as competições internacionais, como o Mundial de Clubes. O time da cidade, o FC Tokyo, tem a própria casa para as partidas da J-League.
O GLOBOESPORTE.COM visitou o lendário estádio nesta segunda-feira e o encontrou como um edifício de escritórios. Nada remete ao futebol ou à recheada história ajudada a construir por São Paulo, Flamengo e Grêmio, campeões naquele gramado que hoje nem trave tem mais.
Todas as dependências são usadas agora apenas para a realização de competições de atletismo, testes com iniciantes e treinamento de atletas japoneses. Federações de outros esportes também estão instaladas no setor administrativo, deixando o local com ainda mais cara de condomínio.

Escudos de São Paulo, Fla e Grêmio eternizados (Foto: Carlos Augusto Ferrari/Globoesporte.com)
É preciso ter paciência para encontrar qualquer recordação que seja sobre o futebol. Estava lá, quase escondido na parede perto da escada do museu construído sob as arquibancadas. Um pôster do Mundial de Clubes de 1999, vencido pelo Manchester United contra o Palmeiras. Na mesma placa, os símbolos dos campeões anteriores da, na época, Copa Intercontinental. E só.
Não há qualquer citação os gols de Raí na decisão de 92 contra o Barcelona. Muito menos o calcanhar sem querer de Muller em 93 diante do Milan. Esqueça o gol de pênalti de Rogério Ceni frente ao Al-Ittihad que classificou o São Paulo para a decisão de 2005 contra o Liverpool.
Em Tóquio, Telê Santana chutou para longe a fama de pé frio e enfim colocou um time que jogava bonito no topo do mundo. Paulo Autuori, novamente no Tricolor, nem precisou de tanto para abrir caminho com um triunfo suado e depois, em Yokohama, acabar com o favoritismo inglês.
Para os japoneses, tudo aquilo é passado. E com uma explicação: o estádio nacional só abrigou aquelas partidas porque a patrocinadora do torneio alugou o local. Acabou ali e, possivelmente, vai morrer no próximo mês.

Estádio Nacional de Tóquio poderá ficar assim (Foto: Carlos Augusto Ferrari/Globoesporte.com)