Foto de Nelson Coelho/Diário SP

Com seu jeito mineiro e sua fala mansa, Ney Franco conquistou o seu espaço no São Paulo. Há oito meses no Tricolor, ele não precisou fazer como outros treinadores e levantar a voz ou mostrar nervosismo. Sem perder a calma, peitou algumas das maiores forças do Morumbi. Mesmo assim, segue inabalável no clube.

Na quinta-feira, após a suada vitória sobre o The Strongest, o vice-presidente de futebol, João Paulo de Jesus Lopes, fez duras críticas à equipe.

“A atuação não foi vergonhosa, mas eu fiquei envergonhado. Alguns jogadores tiveram seu destaque, acho que o time de forma geral não foi bem”, opinou o dirigente.

A cornetada não abalou o técnico, que deu a resposta. “Acho que esse tipo de declaração nunca é boa, principalmente de quem está dentro. É o tipo de declaração que pode ficar mais interna. É uma opinião de dirigente misturada com torcedor. Tomara que o grupo nosso entenda bem isso, mas não vejo problema nenhum em reclamar publicamente, como em algum momento a gente também pode reclamar algo da parte diretiva”, rebateu Ney.

No dia seguinte, o clube fez de tudo para colocar panos quentes. Adalberto Baptista, diretor de futebol, ficou responsável por aparar as arestas. João Paulo ainda almoçou no CT da Barra Funda com o presidente Juvenal Juvêncio, que se mostrou ao lado do treinador.

Esta, porém, não é a primeira vez que o poder de Ney é posto à prova (veja abaixo outros casos). Pelo visto, é bom não entrar em choque com ele.

Quando ele mostrou quem manda

Rogério Ceni
Em outubro do ano passado, o goleiro reclamou do time e pediu a entrada de Cícero. Ney não fez a alteração solicitada pelo Mito.

Ganso
Com a chegada do Maestro, ele não mudou sua postura e peitou todos deixando o astro no banco e Jadson no time.

Libertadores
Recebeu as críticas do vice-presidente de futebol do clube e ganhou o apoio de dirigentes e dos jogadores do Tricolor.