Diploma que Ney Franco recebeu após se formar no curso de educação física (Foto: Arquivo Pessoal)
O apartamento nem era tão pequeno, mas as oito e, às vezes, até nove pessoas que o dividiam tornavam o espaço mais apertado. Foi no alojamento de número 1632, dentro da Universidade Federal de Viçosa, que Ney Franco morou durante a maior parte de sua estadia na cidade, quando cursou educação física.
Por jogar no time da faculdade, o atual treinador do São Paulo tinha direito à moradia e alimentação no próprio campus. Do quarto para a aula, da aula para o refeitório, com algumas passagens pela biblioteca para aprimorar os estudos. As aulas em período integral consumiam boa parte do tempo do dedicado e elogiado estudante, mas diversão, boas histórias e amizades também não faltaram.
O texto que você confere clicando aqui foi escrito pelos amigos e publicado no livro de formatura da turma de educação física de abril de 1992. As primeiras descrições mostram que a personalidade do técnico pouco mudou ao longo dos anos. O jeito tímido e observador é de conhecimento geral. Mas a pequena biografia também revela o lado galã de Ney Franco, que era solteiro na época.
Como qualquer outro universitário, Ney marcava presença nas festas que aconteciam nas repúblicas. Fã de música, ele já chegou à faculdade sabendo tocar seu violão e compondo algumas músicas.
Alguns brincavam e diziam para Ney se dedicar ao futebol, se não morreria de fome com a música. Mas muitos também gostavam do som do hoje técnico são-paulino. Até hoje, ele recorda do dia que saiu com os amigos Guru e Ana tocando de bar em bar pela noite e, quando viram, já estavam na rodoviária da cidade.
A diversão ficava para o tempo livre. Todos os professores elogiam a aplicação de Ney Franco aos estudos, que não saiu de Caratinga para brincar em Viçosa.
– O Ney não tem o que nos agradecer. Foi ele quem nos deu muita coisa. O Ney foi um divisor de águas em Viçosa. Ele atingiu uma posição que dificilmente alguém vai atingir. É um exemplo muito positivo no curso de educação física – diz José Thièbaut, pró-reitor da UFV na época.
A quantidade de alunos no mercado aumentou com o sucesso de Ney Franco.
Ginástica artística: o ponto fraco
A facilidade e o gosto que Ney Franco tinha para aprender o futebol contrastava com a ginástica artística. A disciplina também era obrigatória e dava trabalho ao estudante de Educação Física.
No ginásio da Universidade Federal de Viçosa (imagem acima), o treinador do Tricolor sofria. Principalmente com os exercícios nas barras paralelas e argolas.
– Eu brinquei e disse que ele estava mal na disciplina. Se não me engano, Ney ficou das 8h às 16h no ginásio. Ele passou, é claro. Mas disse que o negócio dele era o futebol e não a ginástica (risos) – relembra Pedro Alves Paiva, de 60 anos, que deu aulas de ginástica para Franco. As notas no solo e no salto eram as melhores. No entanto, não chegava perto do desempenho no futebol.
A falta de habilidade era compensada na dedicação. A disciplina continha oficinas com crianças da comunidade e o hoje técnico do São Paulo até atacava de professor.
– Acima da questão de aluno, ele sempre foi muito humilde e dedicado. Ney sempre foi uma liderança, sempre foi referência. O bom aluno, com certeza, se torna um bom profissional no futuro – completa o professor Paiva. Ney cursou apenas o que era obrigado de ginástica artística.
Confira um Bate-Bola com Adalberto Rigueira Viana, professor de futebol de Ney Franco na UFV:
Como era Ney Franco como estudante? Desde que entrou na faculdade já queria saber de futebol e tática?
Ney sempre foi um aluno muito responsável e sério. Nas provas práticas sempre tirava notas altas, foi um aluno exemplar para mim. Eu não me lembro dele participando de vôlei, primeiro pelo tamanho dele, é muito baixinho. Basquete muito menos. Ele jogava o futebol dele, jogou aqui na cidade. É um sujeito inteligente e estudioso, que foi crescendo na carreira.
O que eram especificamente as disciplinas de futebol I, II e III?
No futebol I são tratadas as questões básicas e a história. No futebol II, eu dava aulas técnicas, de como se ensinar uma criança a se posicionar para bater na bola, os fundamentos todos: drible, passe, chute, cabeceio. E no futebol III, você já entra na parte tática. Cobrança de falta e as táticas todas do futebol.
E Ney se destacava em todas?
Só nota alta, era estudioso. Pelo menos na minha disciplina. Ele foi aluno aqui, e depois paraninfo da universidade toda. Para ser paraninfo não é fácil, é um cara que realmente tem valor.
Você considera o sucesso de Ney um divisor de águas para a universidade?
Muita gente me pergunta se fui professor de Ney Franco. Eu digo que sim, mas falo que não tenho mérito nenhum. O mérito é todo dele. O que eu tinha de fazer era ensinar. Mas depois disso, muitas outras variáveis aconteceram. Ele entrou, então o mérito é dele, a capacidade é dele. Eu credito o sucesso dele ao esforço e conhecimento dele.
Confira abaixo o perfil de Ney Franco escrito pelos amigos da
faculdade
O apartamento nem era tão pequeno, mas as oito e, às vezes, até nove pessoas que o dividiam tornavam o espaço mais apertado. Foi no alojamento de número 1632, dentro da Universidade Federal de Viçosa, que Ney Franco morou durante a maior parte de sua estadia na cidade, quando cursou educação física.
Por jogar no time da faculdade, o atual treinador do São Paulo tinha direito à moradia e alimentação no próprio campus. Do quarto para a aula, da aula para o refeitório, com algumas passagens pela biblioteca para aprimorar os estudos. As aulas em período integral consumiam boa parte do tempo do dedicado e elogiado estudante, mas diversão, boas histórias e amizades também não faltaram.
O texto que você confere clicando aqui foi escrito pelos amigos e publicado no livro de formatura da turma de educação física de abril de 1992. As primeiras descrições mostram que a personalidade do técnico pouco mudou ao longo dos anos. O jeito tímido e observador é de conhecimento geral. Mas a pequena biografia também revela o lado galã de Ney Franco, que era solteiro na época.
Como qualquer outro universitário, Ney marcava presença nas festas que aconteciam nas repúblicas. Fã de música, ele já chegou à faculdade sabendo tocar seu violão e compondo algumas músicas.
Alguns brincavam e diziam para Ney se dedicar ao futebol, se não morreria de fome com a música. Mas muitos também gostavam do som do hoje técnico são-paulino. Até hoje, ele recorda do dia que saiu com os amigos Guru e Ana tocando de bar em bar pela noite e, quando viram, já estavam na rodoviária da cidade.
A diversão ficava para o tempo livre. Todos os professores elogiam a aplicação de Ney Franco aos estudos, que não saiu de Caratinga para brincar em Viçosa.
– O Ney não tem o que nos agradecer. Foi ele quem nos deu muita coisa. O Ney foi um divisor de águas em Viçosa. Ele atingiu uma posição que dificilmente alguém vai atingir. É um exemplo muito positivo no curso de educação física – diz José Thièbaut, pró-reitor da UFV na época.
A quantidade de alunos no mercado aumentou com o sucesso de Ney Franco.
Ginástica artística: o ponto fraco
A facilidade e o gosto que Ney Franco tinha para aprender o futebol contrastava com a ginástica artística. A disciplina também era obrigatória e dava trabalho ao estudante de Educação Física.
No ginásio da Universidade Federal de Viçosa (imagem acima), o treinador do Tricolor sofria. Principalmente com os exercícios nas barras paralelas e argolas.
– Eu brinquei e disse que ele estava mal na disciplina. Se não me engano, Ney ficou das 8h às 16h no ginásio. Ele passou, é claro. Mas disse que o negócio dele era o futebol e não a ginástica (risos) – relembra Pedro Alves Paiva, de 60 anos, que deu aulas de ginástica para Franco. As notas no solo e no salto eram as melhores. No entanto, não chegava perto do desempenho no futebol.
A falta de habilidade era compensada na dedicação. A disciplina continha oficinas com crianças da comunidade e o hoje técnico do São Paulo até atacava de professor.
– Acima da questão de aluno, ele sempre foi muito humilde e dedicado. Ney sempre foi uma liderança, sempre foi referência. O bom aluno, com certeza, se torna um bom profissional no futuro – completa o professor Paiva. Ney cursou apenas o que era obrigado de ginástica artística.
Confira um Bate-Bola com Adalberto Rigueira Viana, professor de futebol de Ney Franco na UFV:
Como era Ney Franco como estudante? Desde que entrou na faculdade já queria saber de futebol e tática?
Ney sempre foi um aluno muito responsável e sério. Nas provas práticas sempre tirava notas altas, foi um aluno exemplar para mim. Eu não me lembro dele participando de vôlei, primeiro pelo tamanho dele, é muito baixinho. Basquete muito menos. Ele jogava o futebol dele, jogou aqui na cidade. É um sujeito inteligente e estudioso, que foi crescendo na carreira.
O que eram especificamente as disciplinas de futebol I, II e III?
No futebol I são tratadas as questões básicas e a história. No futebol II, eu dava aulas técnicas, de como se ensinar uma criança a se posicionar para bater na bola, os fundamentos todos: drible, passe, chute, cabeceio. E no futebol III, você já entra na parte tática. Cobrança de falta e as táticas todas do futebol.
E Ney se destacava em todas?
Só nota alta, era estudioso. Pelo menos na minha disciplina. Ele foi aluno aqui, e depois paraninfo da universidade toda. Para ser paraninfo não é fácil, é um cara que realmente tem valor.
Você considera o sucesso de Ney um divisor de águas para a universidade?
Muita gente me pergunta se fui professor de Ney Franco. Eu digo que sim, mas falo que não tenho mérito nenhum. O mérito é todo dele. O que eu tinha de fazer era ensinar. Mas depois disso, muitas outras variáveis aconteceram. Ele entrou, então o mérito é dele, a capacidade é dele. Eu credito o sucesso dele ao esforço e conhecimento dele.
Confira abaixo o perfil de Ney Franco escrito pelos amigos da
faculdade
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