O presidente do Tigre, Rodrigo Molinos, deu uma longa entrevista ao programa de rádio Deportivo Télam, da agência estatal de notícias da Argentina. Nela, o dirigente deu mais detalhes sobre a briga envolvendo jogadores do clube argentino, seguranças do São Paulo e Polícia Militar no Morumbi, durante o intervalo da final da Copa Sul-Americana, na última quarta-feira.

Molinos voltou a dizer que o goleiro Albil foi ameaçado com uma arma no peito, criticou a atuação da polícia, chamou o caso de “barbaridade” e citou nominalmente o gerente de futebol do São Paulo, José Carlos dos Santos, como um dos envolvidos na agressão à delegação do Tigre.

“O gerente geral do São Paulo, Carlos dos Santos, foi com outras pessoas aos vestiários durante o intervalo e com um pau golpeou os jogadores do Tigre”, acusou. “Depois que terminou tudo, encontrei-o na sede judicial onde fomos fazer a denúncia e não podia nem olhar na minha cara”, garantiu Molinos. "O que há de concreto é que nós fomos as vítimas em toda essa situação".

Em contato com a reportagem do ESPN.com.br na manhã deste sábado, o assessor da presidência do clube tricolor, José Francisco Mansur, explicou que José Carlos dos Santos estava nos vestiários no momento da confusão, mas que não dá para saber de que modo ele se envolveu no caso.

“Tem que pegar o depoimento que ele deu depois do jogo. José Carlos estava lá na hora dos fatos. É possível que ele tenha se envolvido de alguma forma, mas não adianta individualizar. Ele pode ter entrado para acalmar os ânimos, só que a polícia vê a todos como agressores na confusão”, afirmou.

O dirigente do São Paulo acredita que a acusação nominal ao gerente de futebol tem uma explicação: “Como é Zé Carlos é a pessoa que cuida de tudo das viagens internacionais, é o único nome que o Tigre sabe do nosso clube. Por isso eles estão tentando acusa-lo”.

“As versões deles se contradizem todos os dias. Será que não conseguimos constatar isso? Teve arma, aí jogador do Tigre errou o vestiário, eles querem impugnar a partida, serem declarados campeões. Será que não percebem que o São Paulo mantém uma única versão. Foi como o Rojas, uma armação (goleiro chileno simulou ferimento após o estouro de uma bomba em 1989). Aí a versão real foi aparecendo dia após dia. Puniu como tinha que punir. Não dá para repercutir as várias versões que eles dão. São fatos novos. É difícil comentar os factoides que eles criaram”, continuou Mansur.

“Já tinha que ter ficado claro, e a imprensa argentina já comprou essas versões. Não tem uma linha reta de versões. Segundo a versão deles, eles tiveram um comportamento completamente correto no jogo. Os jogadores do Tigre foram calmos para o vestiário, não tentaram brigar com os do São Paulo. Não acharam arma nenhuma, mas o presidente do Tigre diz que houve arma no peito”, ironizou.

“É uma tentativa válida para um time que nunca ganhou nada. É importante que eles tentem fazer outra partida. Se o São Paulo jogar só com o Tigre em 2013, vai ser um ano ótimo. Eles não ganhariam dentro do campo. Alguém deu uma esperança para eles de serem campeões no tapetão. É uma chance do time colocar um quadro na parede de campeão”, disparou o assessor da presidência.