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Meu(s) Tesouro(s): Amoroso monta seu 'dream team' com recordações

Ex-atacante mostra a coleção com mais de 500 camisas e escala uma seleção cheia de craques com quem trocou uniforme, como Zico e Romário

Amoroso tem coleção de mais de 500 camisas de futebol (Foto: Murilo Borges/Globoesporte.com)


A troca de camisas após cada partida é um hábito tradicional no futebol. Adversários nos pouco mais de 90 minutos de bola rolando, os jogadores esquecem as diferenças no gramado e se dão o luxo de presentear o companheiro ao fim dos jogos. Alguns, como o uruguaio Lugano, não gostam da prática. Ao contrário de Márcio Amoroso dos Santos. Em seus 19 anos de carreira, o ex-atacante de Guarani, Flamengo, São Paulo e Milan aproveitou a oportunidade de enfrentar os maiores craques de sua geração para construir um acervo incrível de lembranças. Uma seleção tão cheia de estrelas que nomes como Roberto Carlos, Zidane e Ronaldo fazem pouca falta.

Entre as mais de 500 camisas de sua coleção, Amoroso seleciona as daqueles que formariam um time dos sonhos. O "combinado" do craque de 38 anos é tão seletivo que só abre vaga para três nacionalidades - seis brasileiros, três italianos e dois holandeses. Eis a escalação: Buffon; Cafu, Cannavaro, Maldini e Zé Roberto; Davids, Seedorf, Zico e Rivaldo; Ronaldinho Gaúcho e Romário. Para Amoroso, só faltou um nome para ficar perfeito.
- Só eu que faltei! (risos). Bota o Zico de treinador. O Zico é meu ídolo e seria até o capitão deste time. Mas, como ele também é um grande técnico, poderia ir para o banco e dar a vaga para mim - brincou o ex-jogador.

Hoje empresário, Amoroso vive em Campinas ao lado da família e da lembrança desses craques praticamente imbatíveis no mundo da imaginação.
- Não tem o que falar deste time. Se essa seleção pudesse jogar, acho que não teria para ninguém. Ter na frente Ronaldinho e Romário e mais Zico e Rivaldo no meio é impossível hoje em dia.


'Migué' para conseguir as camisas
A cena se repetiu nos principais jogos da carreira de Amoroso. Desde a época de promessa da base do Guarani em 1992, até o último jogo da carreira, também pelo Bugre, em 2009, o ex-atacante defendeu grandes clubes. E em quase todos saiu de campo com uma relíquia. O pedido já estava na ponta da língua muito antes de a bola rolar.

- Quase sempre trocava com brasileiros, amigos que enfrentava na Europa. A gente se falava durante a semana por telefone e já combinava. E eu sempre dizia que alguém queria o presente: meu pai, irmão, às vezes amigo. No fundo, era tudo para mim mesmo (risos) - admitiu Amoroso, mostrando seu lado tiete.
A passagem pelo futebol europeu foi proveitosa. A começar pela Itália. Nos cinco anos que passou na Bota (três na Udinese e dois no Parma), o ex-atacante enfrentou Buffon (à época no Parma), Cafu (Roma), Cannavaro (Parma), Ferrara (Juventus), Verón (Lazio), Djorkaeff (Inter de Milão), Edmundo (Fiorentina), Vieri (Lazio) e outros.

Em 2001, Amoroso se transferiu para o Borussia Dortmund e aumentou a coleção. Trocou camisas com Roberto Carlos em duelos com o Real Madrid na Liga dos Campeões, pegou lembrança de Davor Suker, artilheiro da Copa de 1998 que estava no Munique 1860, e enfrentou o então promissor zagueiro Lúcio, que estava no Bayer Leverkusen.
E foi assim até o fim da carreira. No Málaga, da Espanha, reencontrou ex-companheiros de seleção brasileira, como Mauro Silva, Roberto Carlos e Ronaldo. O mesmo aconteceu no Milan, quando tietou o então melhor do mundo Ronaldinho e o amigo Dida, goleiro titular da equipe rubro-negra. Na volta ao Brasil, Amoroso teve tempo de pegar uma das camisas que lhe dão mais orgulho: a de Romário.
- Ele tinha acabado de fazer o milésimo gol (no dia 20 de maio, na vitória do Vasco por 3 a 1 sobre o Sport, em São Januário) e eu estava no Grêmio. Fomos jogar no Rio, e o Baixinho marcou dois gols. Nós perdemos por 4 a 0. Já tinha amizade com ele e pedi a camisa.
Furtos desfalcam a seleção ideal
A coleção de Amoroso poderia ser bem mais estrelada, com quatro campeões mundiais. O ex-atacante diz que, durante sua mudança para Campinas, funcionários que faziam a reforma de sua casa levaram duas camisas de Roberto Carlos (ambas do Real Madrid, uma branca e outra preta), duas de Ronaldo (uma do Inter de Milão, outra do Real) e mais uma de Zidane e Del Piero (dos tempos do Juventus).

- E justo a do Zizou. Pedi a ele quando estava no futebol italiano, porque sempre achei o Zidane um fenômeno. Mas fazer o quê? Só espero que a pessoa que pegou cuide tão bem das camisas quanto eu cuidava - afirma Amoroso, que, neste balaio, perdeu também uma sua de quando defendia o Grêmio, em 2007.
Para compensar a ausência desses quatro craques, Amoroso faz questão de mostrar as camisas usadas por amigos. Como Zé Maria, ex-lateral da Seleção e que, na Europa, enfrentou Amoroso quando estava no Perugia, da Itália. Ou os atacantes Caio Ribeiro (número 8, dos tempos de Napoli) e Denilson (do Betis), hoje aposentados e comentaristas.

- Coloca essas fotos para dar moral para os meus parceiros - brincou Amoroso, posando com cada um dos uniformes.

Bicicleta, chave de carro e medalhas: outros tesouros
Não é só de camisas que vive a coleção do ídolo de Guarani e São Paulo, que guarda desde troféus e medalhas até fitas com os principais gols de sua carreira. Destaque para os prêmios ganhos no Mundial de Clubes de 2005, em especial a chave dada ao melhor jogador da semifinal, quando Amoroso marcou dois gols na vitória por 3 a 2 sobre o Al Ittihad, da Arábia Saudita.

A lembrança mais inusitada, porém, é uma bicicleta, recebida como prêmio pela artilharia do Campeonato Italiano - conquista de Amoroso em 1999, derrotando os concorrentes Bierhoff, Del Piero e Ronaldo.

- Lembro que o pessoal do Udinese me ligou para falar que eu tinha uma bicicleta para retirar. Era presente de um dos patrocinadores do Calcio. Quase nem usei. Desmontei a bicicleta para trazer para o Brasil e só andei umas duas vezes aqui no condomínio. Teve gente que me perguntou quanto eu queria para vender, mas isso não tem preço.
As recordações da carreira estão guardadas nos armários de uma sala que conta a trajetória de Amoroso. O local é um museu dos feitos de quando era jogador. Tudo muito bem organizado. Preço, de fato, é algo que não pode ser colocado em um acervo como esse.

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