Uma verdadeira batalha de titãs para conseguir comprar ingresso, mas estava em minhas mãos finalmente a entrada para assistir a semifinal da Copa Sul-Americana: São Paulo x Universidad Católica.

A ansiedade tomou conta do meu dia-a-dia durante a semana inteira, comi menos que o normal e só pensava no assunto. No dia do jogo, nem o café-da-manhã consegui saborear direito.

Às 19hrs a Avenida Jorge João Saad já estava lotada, carros passando buzinando, pessoas uniformizadas dos pés à cabeça e cantando o hino tricolor. Clima de Libertadores no ar, é o meu São Paulo renascendo das cinzas. Na pracinha, centenas de tricolores deram boas-vindas ao ônibus dos jogadores em clima de festa, o presságio da vitória estava ali.

Tudo podia acontecer. O São Paulo empatou 1 x 1 no Chile e tinha a vantagem no jogo de volta por ter marcado um gol fora, porém, o Unviersidad poderia reagir e levar a partida aos pênaltis ou pior, vencer e nos eliminar.

Às 21h pego a fila para entrar no estádio, escuto rojões e músicas diversas ao meu redor: o show vai começar. O São Paulo entra em campo aclamado e aplaudido e como de costume a torcida começa a gritar para a escalação durante o aquecimento dos jogadores (veja no vídeo). Me emociono ao pensar que pode ser o último jogo do Lucas no Morumbi, contenho as lágrimas ao gritar "Olê, olê, olê, olê, Lucas! Lucas!".



Nesse momento passa o filme na minha cabeça, das primeiras vezes em que o garoto atuou com o time profissional, da sua venda por 110milhões e sua promessa de que traria algum título. Parece que demonstrará ser um homem de palavra.

Bola rolando, um verdadeiro UFC, os chilenos vieram para cima com tudo. No corpo-a-corpo, nas divisões de bolas, nos carrinhos, enfim, o campo virou um ringue.

Ney Franco passava segurança, o juiz parecia ignorar as jogadas perigosas, a arbitragem da Sul-Americana é fraca. Até que finalmente, falta perigosa para o SPFC, Rogério Ceni se aproxima da bola, o estádio frenesi explode. "P... que pariu! É o melhor goleiro do Brasil, Rogério!".

O gol não saiu mas os aplausos e a agitação continuaram como se tivesse. A cada minuto, os torcedores se agitavam mais, pois cada instante que se passava no empate, estávamos mais próximos da classificação para a final. Enquanto a bola rolava com garra, porém sem emoções demasiadas no gramado, a torcida perdia a voz de apoio e comemoração, uma mistura simétrica.

No segundo tempo, na entrada do Ganso, o sentimento de orgulho veio à tona "Olê lê, olá, lá, o Ganso vem aí e o bicho vai pegar!". Entra aplaudido, com semblante feliz, a classificação estava diante de seus olhos.

Não há como descrever o jogo como de costume, vou tentar falar de algo mais emocionante, um dos momentos dos quais não esquecerei na minha vida:

O apito final do juiz: O jogo acabou, estamos na final. Não levamos gols, os 2 minutos antecedentes ao fim foram de emoções por conta dos ataques constantes dos Chilenos. O estádio aplaudiu os jogadores, todos se abraçaram, a comissão técnica invadiu o campo gritando e comemorando. Arrepio, seguro o choro.

Olho ao meu redor, camisas do São Paulo estão sendo giradas ao alto e bem do meu lado acendem sinalizadores vermelhos que liberam uma luz linda esfumaçada. A torcida cala o mundo "O campeão voltou, O campeão voltou, oôÔ".

Os jogadores se cumprimentam emocionados e correm ao símbolo do tricolor na lateral do campo. Lá tiram as camisas e giram no alto junto conosco. Neste momento a gritaria e a agitação toma conta. Você entende o que está acontecendo? Estamos na final da Copa Sul-Americana, conquistaremos um título internacional inédito.

O passado não existe mais, foco na final. Deixo para vocês este texto que é um 'pré-jogo' para hoje. O São Paulo tem apenas uma missão: ser campeão.

Agradeço a Deus por ser São Paulina.

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