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Ídolos da base apontam falhas no aproveitamento de jovens em Cotia


O CFA de Cotia é a menina dos olhos do presidente do São Paulo, Juvenal Juvêncio. As instalações das categorias de base do clube são importantes artifícios para manobras políticas e auxiliam a comissão técnica do time principal em momentos de dificuldade. Contudo, a moderna infraestrutura não é suficiente para agradar a ídolos como Pintado e Jamelli, que ainda encontram falhas no aproveitamento dos jogadores formados no local.

Lançados na base são-paulina antes da criação do CFA, os ex-atletas ressaltaram alguns pontos que deixam a desejar na forma como as promessas tricolores são tratadas. Embora os jogadores tenham uma moradia com todas as regalias possíveis, Pintado encara o conservadorismo dos técnicos e a falta de um acompanhamento tático como os grandes obstáculos impostos ao desenvolvimento dos jovens.

“Os nossos jogadores da base querem ser campeões e isso está errado. Como o próprio nome diz, a base deve servir para os atletas ascenderem profissionalmente. Nós ficamos presos a isso e com medo de modificar qualquer coisa. O Brasil vai jogar a Copa do Mundo no 4-4-2 porque este é o esquema que o brasileiro se adapta. Os jovens cumprem as ordens dos técnicos e não entendem o que estão fazendo em campo”, disse o ex-volante.

Enquanto Pintado analisou o comportamento dos atletas dentro das quatro linhas, Jamelli foi mais além e apelou para a parte administrativa do esporte. Após a sua aposentadoria, o ex-jogador se aventurou como dirigente e chegou a trabalhar com questões burocráticas no Santos. Na visão do antigo armador, o São Paulo peca por não ter apostado na continuidade do Expressinho.

A equipe em questão era composta por jogadores reservas e disputava campeonatos auxiliares. Além de Jamelli, o goleiro Rogério Ceni e os meias Denílson, Juninho Paulista e Caio fizeram história ao conquistar a extinta Conmebol, em 1994, sob o comando do então auxiliar de Telê Santana, Muricy Ramalho.

“Seria fundamental para o São Paulo manter o Expressinho. O jogador que ultrapassa o sub-17 fica sem espaço até chegar aos torneios sub-20. Aí eles criam um super-20 para atletas que continuam encostados. Quer dizer, ou os meninos sobem com 16 anos para o profissional, ou ficam para trás. Aquela equipe fez jogos fantásticos e o Telê Santana foi inteligente ao dar espaço para o Muricy começar a carreira dele como técnico”, completou.

A descrença de antigos ídolos tricolores com relação ao modo como os fundamentos são trabalhados na base também recai sobre os milhões de dólares investidos por clubes estrangeiros no futebol brasileiro. Temerosos com relação ao futuro do esporte no País, os ex-jogadores lamentaram os casos de jovens atletas que abdicaram de possíveis títulos com o São Paulo para tentar a sorte na reserva de times europeus.

“Na nossa época era diferente e não tinha esse negócio de o cara ter o contrato em sua mão. Hoje um jogador médio prefere passar um frio de –30º e ganhar milhões do que ficar por aqui”, comenta Jamelli. “Eu não ganhei na loteria e minha parcela de sorte foi jogar no São Paulo. Só que os meninos de hoje deixam o clube sem ganhar nada. Antigamente, você visava primeiro o título e depois pensava no dinheiro. Nós só queríamos ser campeões”, encerra Pintado.

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