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Denilson é destaque no site da FIFA: Um novo grito para Denílson

Era final de 2011, e o volante Denilson teve de aguentar um bocado. Ele mal havia chegado de Londres, onde estava defendendo o Arsenal, e já ouvia dos torcedores que deveria partir para a capital inglesa, que não faria falta. Mal sabiam esses são-paulinos que o jogador havia feito de tudo para voltar Morumbi, a despeito do assédio de um outro Tricolor.

“Muita gente falava que era para eu voltar para a Inglaterra. Isso me machucou bastante, porque tinha lutado para vir para cá, e estava quase tudo certo para ir para o Fluminense. Havia passado só alguns meses de minha chegada. Falei para mim mesmo que muita gente ainda iria se arrepender”, diz o jogador de 24 anos ao FIFA.com.

Denílson tinha motivo para bater o pé. Queria retribuir ao clube que o revelou, mas que deixou precocemente em 2006, aos 18. Queria, também, marcar seu primeiro gol pela equipe e conquistar o primeiro título como protagonista em campo. Pois bem: o gol já saiu, e foi um espetáculo. Agora, na semifinal da Copa Sul-Americana, ele tem a chance de cumprir a segunda meta. A equipe enfrenta a Universidad Católica nesta quarta, no Morumbi, podendo empatar sem gols para avançar.

“É uma situação muito boa para termos que todo mundo jogador deseja: jogar uma decisão. A oportunidade está na nossas mãos, precisamos saber usar a vantagem com inteligência. É uma sensação muito boa. Sempre falei que voltei para ser campeão e estamos cada vez mais próximos”, afirma.

Depois da tempestade, a constância
Quando o volante retomou sua trajetória pelo São Paulo no ano passado, sua readaptação não ocorreu da melhor forma possível. Ele chegou em julho, no meio do Campeonato Brasileiro, sem ter feito uma pré-temporada na Inglaterra. As distinções táticas e técnicas também pesaram. “Foi um recomeço para mim de muita dificuldade. Sofri bastante com as expulsões e o ritmo. Mas meu momento hoje é outro, ainda bem”, conta.

Virou o ano, e Denílson conseguiu deixar isso para trás e se fixou no time titular, não importando as mudanças de treinador no clube e o rodízio de jogadores ao seu redor. Com atletas versáteis no elenco, o São Paulo teve diversas formações no meio-campo, das quais o volante era uma constante.

Hoje, sob o comando de Ney Franco, técnico habituado ao trabalho com os mais jovens, e com o retorno de Wellington depois de uma grave lesão no joelho, o conjunto como um todo começou a ficar mais estável. “Ele é um treinador que ajuda e sempre fala da parte técnica dos jogadores, sempre pede para sairmos jogando lá de trás, até pela qualidade nossa. Tem treinadores que pedem que os jogadores lá de trás deixem a criação apenas para os da frente. Ele dá liberdade para sair jogando, mas é claro que, precisando, também vamos dar o chutão.”

Nesse contexto, a dupla de pratas da casa formada por Wellington e Denílson cai como uma luva. Os dois podem se alternar no combate na intermediária e, mais interessante, nas subidas ao ataque. Porque só avançando mesmo para se fazer um gol, não? O goleiro Bruno, do Palmeiras, que o diga. Em um clássico com muita coisa em jogo, o volante nem se adiantou tanto. Quando recebeu, fez o domínio, deixou a bola quicar e meteu uma sapatada do meio da rua, acertando o ângulo esquerdo com perfeição, num chute que teve uma trajetória incrível em parábola. “Quando faço um gol, ele é bem feito”, afirma, sorrindo. “A única coisa que eu tinha de fazer era chutar. Não tinha nem mais para quem tocar a bola. Sempre sonhei em fazer um gol pelo São Paulo, e aquilo foi um alívio.”

O que faz diferença
Vendo o resultado da parceria em campo, os dois jovens chegam a pensar longe, relembrando alguns pares de volantes que foram marcantes na história recente são-paulina, como Josué e Mineiro em 2005 – campeões da Libertadores e da Copa do Mundo de Clubes da FIFA 2005, na qual estava presente aos 17 anos, mas não jogou – e Richarlyson e Hernanes nos anos seguintes. Mas, para tanto, não basta só o entrosamento em campo. É preciso também colher os dividendos.

“A gente conversa, sim. Colocamos isso em palavras: de que precisamos conquistar títulos para ser uma dupla que a torcida vá considerar boa”, diz. “Estamos aprendendo ainda muitas coisas, e o futebol vive de resultado. Se conseguirmos esse título, sempre vão lembrar que trabalhamos muito no meio para ajudar a equipe.”

Agora, voltando um pouco no tempo, para se ter uma chance dessas, Denílson teve de insistir novamente. Com o empréstimo do Arsenal para o São Paulo vencendo ao final do primeiro semestre, ele deixou claro que preferia continuar. Afinal, nada do que havia planejado havia ocorrido ainda. No Campeonato Paulista, derrota para o Santos na semifinal. Na Copa do Brasil queda diante do Coritiba também nas semis. “Tinha acabado de perder a Copa do Brasil, e para mim aquele jogo (em Curitiba) foi de deixar mais do que chateado. Pedi muito para continuar.”

Ele continuou e está de volta com a equipe em uma semifinal, dessa vez continental, preparado para o jogo de volta contra a Católica após o empate por 1 a 1 fora. O que Denílson escuta agora no final de 2012 é bem diferente. “Temos de terminar o serviço, sabemos da nossa responsabilidade”, afirma. “Agora estou mais feliz. Futebol é momento, e meu momento é muito bom. Espero poder trabalhar com isso e levar o São Paulo ao título.”

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