Lance capital
38 do 1º tempo
Osvaldo arranca pela esquerda, passa como quer por Adriano e Gustavo, invadiu a área e tocou com muita categoria na saída de Márcio

Nome do jogo
Paulo Miranda
Além de não dar espaço para o apoio de Eron pela esquerda, foi ao ataque, marcou um gol e deu duas assistências para Luis Fabiano, que parou em Márcio

Podia ser pior
Márcio
Sem culpa nos gols, evitou a goleada com pelo menos quatro grandes defesas e ainda teve sorte no pênalti cobrado no travessão por Luis Fabiano.

Pela primeira vez desde que chegou ao São Paulo, o técnico Ney Franco pode escalar a equipe que considera ideal. Mas, na noite desta quinta-feira, não foram as principais peças que resolveram a partida contra o Atlético-GO. Coadjuvantes de um esquema que cada vez mais se afirma, Paulo Miranda e Osvaldo foram os destaques da equipe que não foi brilhante, mas mostrou segurança e fez o suficiente para vencer o desesperado rival do Centro Oeste por 2 a 0.

Além dos três pontos, o Tricolor mostrou mais uma vez que é praticamente imbatível dentro do estádio do Morumbi. Com o duelo desta quinta, o time já disputou 16 partidas como mandante. Tem 13 vitórias, um empate e apenas duas derrotas, o que resulta no excelente aproveitamento de 83,3%, o segundo melhor do campeonato. Na tabela de classificação, o time que lutou por 30 rodadas para entrar no grupo da Taça Libertadores da América já vê possível sonhar com voos mais alto, já que subiu aos 55 pontos, apenas três atrás do terceiro colocado Grêmio. De quebra, a equipe ainda abriu quatro pontos de vantagem sobre o Vasco, quinto colocado, que ficou perdeu para o Botafogo, por 3 a 2.

Do lado da equipe goiana, ficou a triste constatação de que o rebaixamento é apenas uma questão de tempo. O time acumulou sua 18ª derrota em 31 partidas disputadas e segue com 23 pontos, 12 atrás do Bahia, que é a primeira equipe longe do Z-4. Para se salvar, a equipe, além de ter de mostrar um desempenho de campeão nas últimas rodadas, precisará ainda torcer por uma complicada combinação de resultados.

Os dois times voltarão a campo no final de semana. O São Paulo, no domingo, vai até o Rio de Janeiro para enfrentar o Flamengo no Engenhão. No mesmo dia, o Dragão buscará a reabilitação no duelo contra o também ameaçado Sport no estádio Serra Dourada.



Após susto inicial do Dragão, São Paulo toma conta do jogo

Quando as escalações de São Paulo e Atlético-GO foram anunciadas, ficou claro quais seriam as posturas das duas equipes. O Tricolor, no 4-3-3, repetiu a formação que teve êxito nas últimas cinco partidas, com Lucas e Osvaldo aberto pelas pontas, Luis Fabiano centralizado e dois volantes de marcação. No Dragão, Artur Neto montou um ferrolho com cinco homens no meio-campo e apenas Ricardo Bueno no ataque.

Curiosamente, o primeiro ataque perigoso foi do lanterna do Brasileirão, em chute da intermediária de Dodô que, após falha de Rhodolfo e reposição na fogueira de Rogério Ceni, obrigou o goleiro a fazer grande defesa. Os primeiros dez minutos mostraram um São Paulo titubeante em campo e preso na marcação adversária. A situação começou a mudar aos 13, quando Márcio fez boa defesa em chute de Osvaldo. A partir daí, a equipe da casa tomou conta do jogo. A estrategia goiana era marcar as principais peças do Tricolor. Mas, se Lucas e Jadson eram bem marcados na criação, sobrava espaço para os outros atletas chegarem. E foi aí que começou a sobressair o futebol de Paulo Miranda.



Aos 17, ele avançou ao ataque e deu assistência açucarada a Luis Fabiano, que bateu para fora, à esquerda de Márcio, que passou a travar um duelo à parte com o Fabuloso. Aos 27, o camisa 1 fez duas grandes defesas em chute e cabeçada do camisa 9. O gol era questão de tempo. E surgiu um minutos depois, com Paulo Miranda. Após chute de Toloi e defesa de Márcio, a bola sobrou limpa para o defensor que, posicionado como se fosse um centroavante, empurrou para o fundo das redes: 1 a 0.

O Tricolor seguiu soberano em campo. O Atlético-GO se perdeu em campo. Pode-se até citar um chute perigoso de Ricardo Bueno aos 32, mas nada que ameaçasse o domínio da equipe da casa. No minuto seguinte, novo round da disputa entre o artilheiro são-paulino e o camisa 1 do Dragão, que fez grande defesa em cabeçada do camisa 9. Se estava conseguindo parar Luis Fabiano, Márcio não foi páreo para Osvaldo que, aos 38, fez um golaço. Ele passou por dois marcadores pela esquerda, invadiu a área e bateu com muita tranquilidade na saída do arqueiro rival: 2 a 0 e festa no Morumbi

Jogo morno na etapa complementar

O segundo tempo da partida foi praticamente uma cópia do que ocorreu no último domingo, no duelo entre São Paulo e Figueirense. Satisfeito com a vitória e com o jogo totalmente controlado, o Tricolor diminuiu seu ritmo. Do outro lado, o Atlético-GO, que voltou com o atacante Felipe na vaga do lateral Eron, assustou no primeiro minuto, em chute de Dodô bem defendido por Rogério Ceni. Depois, não chegou mais com perigo.

Com marcha lenta acionada, o São Paulo só foi atacar aos 14, quando Lucas recebeu na área e, de pé direito, acertou a trave de Márcio. No mais, o time trocou a velocidade da etapa inicial pela cadência na troca de passes. Lucas, cansado, cedeu sua vaga a Douglas. Aos 33, a equipe teve uma chance de ouro para marcar quando Luis Fabiano foi derrubado na área por Diego Giaretta.
Pênalti bem marcado por Márcio Chagas da Silva e desperdiçado que Fabuloso, que exagerou na força e acertou o travessão.

Preocupado com o desgaste físico e com o fato de ter muitos atletas pendurados, Ney Franco aproveitou para fazer alterações no São Paulo. Ele sacou Jadson e Osvaldo para colocar Maicon e Cícero. Com festa nas arquibancadas, o time limitou-se a tocar a bola até o final e comemorou a importante vitória.