Desde o início de julho, quando foi deixou cargo na CBF para assumir o comando do São Paulo, o técnico Ney Franco calcula que tenha contado com o atacante Luís Fabiano em apenas três trabalhos táticos. Apesar disso, o jogador se firmou como homem-gol são-paulino no Campeonato Brasileiro. Com média de 0,9 tento por partida, luta pela artilharia e ajuda a equipe a alimentar o sonho da vaga na Copa Libertadores.

Os últimos dois gols do camisa 9 foram anotados no sábado, contra o Palmeiras, na vitória por 3 a 0 no Morumbi. Depois de fazer o segundo, aos 24min da etapa final, deixou o gramado com câimbras, sintoma de sua inconstante condição física. Esse é o maior motivo para que o jogador fique tão afastado do dia-a-dia tático do São Paulo, o que não incomoda Ney Franco.

"É um jogador de área que sabe fazer gol, e que faz o adversário respeitá-lo. Quando não está em condições, a gente tenta manter a forma de jogar, mas o desempenho do Luís Fabiano é muito alto. Apesar de jogar muito pouco, está lutando pela artilharia do campeonato", exaltou o treinador. O camisa 9 soma 13 gols, apesar de ter em jogado apenas 14 das 28 rodadas. Está atrás apenas de Fred, do Fluminense, e Bruno Mineiro, da Portuguesa, ambos com 14.

"Não gostaria que fosse assim. Está sendo difícil esse ano, estou tendo muitos problemas pequenos, fiquei fora de alguns jogos", disse o jogador, após a partida no Morumbi. "O Luís Fabiano sentiu câimbras, o que é normal, porque é jogador que praticamente não treina, só joga", afirmou Ney Franco. "É resultado da fadiga de um jogador que não está no mesmo condicionamento que os demais, e isso não é culpa da preparação física", acrescentou.

A expectativa do técnico, agora, é se poderá contar com o camisa 9 para o confronto com o Vasco na quarta-feira, às 22h (de Brasília), em São Januário. O duelo é considerado chave para o time, já que o rival carioca também briga por vaga no G-4 e está com quatro pontos de vantagem em relação ao São Paulo.

"O planejamento é esse: recuperar no departamento médico e, automaticamente, sair para os jogos. Geralmente, quando você tem a liberação dele para o jogo, já se trata de um importante, e aí a gente não pode abrir mão dele", lamentou Ney Franco, ao explicar as dificuldades em poupar seu goleador na temporada.