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Entre arrepios e decepções, Wellington recomeça história no São Paulo

Braço direito de Juvenal Juvêncio, Geraldo de Oliveira se lembra bem de uma ligação que recebeu em 2005, de surpresa. "Queria saber se meu filho pode fazer um teste no São Paulo", perguntava o pai. "Espere aí. É aquele negrinho, volante do Corinthians?", perguntou Geraldo - segundo ele próprio, arrepiado. "Seu filho não precisa de teste, meu senhor. Traga ele aqui", e desligou. O jogador em questão é Wellington, atração do duelo desta quarta-feira, às 22h (de Brasília), contra o Atlético-MG no Estádio Independência.

Depois de sete meses em recuperação clínica e física e a segunda cirurgia de joelho em menos de dois anos, Wellington ainda é capaz de provocar grandes reações como a que provocou em Geraldo, gerente das categorias de base do São Paulo, quando deixou o Corinthians naquele 2005. Fã confesso do estilo dedicado e de boa saída de bola do volante, Ney Franco antecipou seu retorno já no fim de agosto e dará a primeira chance como titular desde a segunda lesão no ligamento cruzado do joelho esquerdo, em fevereiro.

"Retomo um sonho interrompido", definiu Wellington, na terça-feira, sobre reassumir a condição de titular no time. "Quero mostrar meu potencial, mostrar que posso ser titular de novo e estou 100% recuperado", explica o substituto de Denílson, suspenso. Enquanto Ney Franco se divide entre o marcador Paulo Assunção e o técnico e pouco competitivo Casemiro, o personagem desta noite em Belo Horizonte é o único que consegue combinar o trabalho defensivo com boa chegada à frente. Wellington sabe que uma boa atuação, respaldada pela confiança do treinador, pode consolidar sua titularidade.

"30, 45 ou 90 minutos, não importa. Vou procurar dar meu melhor, meu sangue ali dentro, para conseguir a vitória", conta Wellington, que assegura ter se livrado das dores após mais uma cirurgia no joelho, como já havia feito em 2011. Ex-capitão da seleção Sub-20, ele também tenta superar as dores provocadas pelas duas lesões graves que já experimentou em 21 anos de vida. Na última temporada, era presença certa na lista de Ney Franco para o Sul-Americano Sub-20, mas "entrou na faca" e perdeu a convocação. Na segunda operação, perdeu a chance de realizar o sonho de jogar uma Olimpíada com o Brasil.

Enquanto se recuperava do último baque, Wellington se dividiu entre a televisão, o videogame, os jornais e até colocou para fora seu lado emprendedor: em conjunto com familiares, abriu uma empresa desentupidora, o que não amenizou outra perda para ele ao longo de sete meses. "Minha vida é viajar, jogar e ganhar bicho depois do jogo", brincou na terça. Ele também perdeu uma aposta para Rogério Ceni, mas superou o argentino Cañete. Os três tinham previsão de retorno para o segundo semestre, mas Ceni voltou primeiro.

Por enquanto, Wellington assegura não pensar em uma transferência para a Europa, até porque se sente em débito pela falta de sequência no São Paulo. Promovido por Muricy Ramalho em 2008, foi quase sempre utilizado na ala e só virou volante de verdade, como na base, quando Paulo César Carpegiani chegou em 2010. Mas o sonho europeu ronda a cabeça dele e basta olhar para o próprio contrato.

Ao comprar Cléber Santana, há dois anos, e Jadson, em janeiro, a direção são-paulina teve de conceder parte dos direitos econômicos de Wellington para Atlético de Madrid, da Espanha, e também para o Shakhtar, da Ucrânia. Sinal de que, no Velho Continente, também há quem se arrepie ao pensar no futebol de Wellington.

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