Ninguém ouviu dos jogadores do Atlético-MG que a partida contra o São Paulo, nesta quarta-feira, às 22h (de Brasília), no Independência, pode funcionar como uma espécie de revanche. O discurso dos atletas é o de respeito ao adversário, mas a meta é inegável: retomar a liderança do Brasileirão. Para isso, o Galo precisa descontar a única derrota no primeiro turno, justamente contra o Tricolor (1 a 0, no Morumbi), e torcer por tropeço do Fluminense diante da Portuguesa, às 19h30, no Canindé. Já o São Paulo, de olho no G-4, sonha repetir a boa atuação do primeiro turno e derrubar mais uma vez o rival mineiro. Se vencer, o Tricolor pula para quarto, desde que o Vasco perca para o Palmeiras em São Januário e o Botafogo não vença o Internacional no Engenhão, nesta quinta-feira, às 21h.

No Atlético-MG, o clima voltou a ser de confiança. Na última rodada, o time venceu, com louvor, o Palmeiras por 3 a 0. Foi sua primeira vitória no returno, resultado que devolveu a confiança ao Galo, que vinha de uma série ruim: empate com Bahia, derrota para Corinthians e empate com a Ponte Preta, além de um 2 a 2 com o Cruzeiro no último jogo do primeiro turno.

Outro motivo de alegria no Atlético-MG veio nesta terça-feira, com a convocação de três jogadores para o Superclássico das Américas contra a Argentina: Réver, Marcos Rocha e Bernard. Esse último, aliás, foi destaque na vitória sobre o Palmeiras, com dois gols marcados, e é um das estrelas do time na competição. Além dos convocados, o Galo tem, ainda, o talento e a habilidade de Ronaldinho Gaúcho.

Já o Tricolor se apoia no fato de ter sido o único time a superar o Galo durante o primeiro turno. O elenco diz conhecer o caminho para frear o ataque mais efetivo do Brasileirão, ao lado de Fluminense e Botafogo, com 38 gols. A tarefa é dura: o Atlético-MG ainda não perdeu como mandante neste nacional.

O São Paulo teve quatro jogadores convocados para a Seleção, mas dois deles não poderão atuar no Independência: o zagueiro Rhodolfo e o centroavante Luis Fabiano, machucados. Mas o meia Jadson e o atacante Lucas estão confirmados e são as esperanças do torcedor são-paulino.

O retrospecto recente é favorável ao time do Morumbi. Além da vitória por 1 a 0 no primeiro turno, com gol do Fabuloso, o São Paulo venceu seus últimos cinco jogos contra o Galo pelo Brasileirão. No Independência, das únicas três vezes que os times se enfrentaram, três vitórias paulistas. o Tricolor, no entanto, não triunfa há três rodadas e está pressionado para somar pontos fora de casa para se manter na briga por uma vaga na Libertadores 2013.




Atlético-MG: o técnico Cuca não tem grandes problemas para escalar o time. Jô, ausente pelo terceiro jogo, continua no departamento médico. Com isso, no ataque, é provável que o treinador volte com Leonardo, que no último jogo, contra o Palmeiras, começou entre os reservas. Guilherme deve voltar para o banco de reservas. O zagueiro Réver, que por dois jogos esteve com a seleção brasileira, está de volta. Assim, forma a dupla de zaga com Leonardo Silva. O provável Galo: Victor; Marcos Rocha, Leonardo Silva, Réver e Junior Cesar; Pierre, Leandro Donizete, Danilinho, Ronaldinho Gaúcho e Bernard; Leonardo.

São Paulo: o técnico Ney Franco promoveu muitas mudanças, algumas por opção, outras por conta dos desfalques. Luis Fabiano e Rhodolfo foram vetados pelo departamento médico. Por isso, o atacante Osvaldo, que seria sacado para o retorno de Lucas, deve continuar entre os titulares. Na zaga, Edson Silva e João Filipe disputam o posto ao lado de Rafael Toloi. Outro beque, Paulo Miranda, deve ser improvisado na lateral direita. Ele ganhou a posição de Douglas no coletivo tático à véspera do duelo com o Galo. No entanto, com a baixa de Rhodolfo, ainda há a possibilidade de Ney Franco manter Douglas como titular e deslocar Paulo Miranda para a defesa. A provável formação do Tricolor é: Rogério Ceni, Paulo Miranda, Edson Silva (João Filipe), Rafael Toloi e Bruno Cortez; Wellington, Casemiro, Maicon e Jadson; Lucas e Osvaldo



Atlético-MG: com um estiramento na coxa esquerda, Jô ficará fora pelo terceiro jogo consecutivo. Fillipe Soutto, com um desconforto muscular, está poupado das atividades com bola.

São Paulo: Luis Fabiano sofreu um trauma no ombro direito diante do Santos, no último domingo, e foi vetado pelo departamento médico. Com dores na coxa esquerda, Rhodolfo será preservado para evitar uma lesão séria. O volante Fabrício também está no Reffis – ele se recupera de uma cirurgia no joelho esquerdo. Expulso contra o Santos, Denilson terá de cumprir suspensão. A lista fecha com o meia Cañete, que aprimora a forma física depois de ficar quase um ano no departamento tratando uma lesão no joelho esquerdo.



Atlético-MG: Bernard, Guilherme, Junior Cesar, Leandro Donizete, Leonardo Silva, Marcos Rocha, Pierre, Rafael Marques e Richarlyson.

São Paulo: Denilson, Douglas, Jadson, João Filipe, Osvaldo, Paulo Miranda, Rafael Toloi e Rodrigo Caio.



Sandro Meira Ricci (Fifa/PE) apita a partida, auxiliado por Roberto Braatz (Fifa/PR) e Bruno Boschilia (PR). Sandro Meira Ricci arbitrou dez jogos no Brasileirão, marcou 324 faltas (média de 32,4 por jogo), aplicou 45 amarelos (média de 4,5 por jogo), dois vermelhos (média de 0,2 por jogo) e dois pênaltis (média de 0,2 por jogo). O campeonato tem média de 4,9 amarelos, 0,29 vermelho, 36,5 faltas e 0,22 pênalti. O árbitro apitou um jogo dos paulistas na Série A deste ano: Botafogo 4 x 2 São Paulo, pela primeira rodada.




Atlético-MG: Bernard. Uma das revelações deste Campeonato Brasileiro, o meia está em grande fase. Autor de dois dos três gols na vitória sobre o Palmeiras, ele faz uma dupla com Ronaldinho Gaúcho que sempre leva perigo ao gol adversário.

São Paulo: Lucas. Depois de ser titular no amistoso da Seleção contra a China, o atacante encarou uma maratona de viagens para se juntar ao elenco tricolor rapidamente. O retorno do jogador é a grande aposta do time do Morumbi. Resta saber se ele terá fôlego para dar conta do recado depois de ser tão exigido.



Marcos Rocha, lateral-direito do Atlético-MG: "(A convocação) dá uma motivação mais, mas temos que estar motivados também pela campanha que fazemos. A cobrança em cima do Bernard será maior, mas estamos preparados para pegar o São Paulo."

Jadson, meia do São Paulo: “É um jogo difícil, sempre é complicado jogar na casa deles. As duas equipes precisam da vitória. Eles brigam pela primeira colocação, e nós para chegar no G-4. Não acho que o clima vai ser de vingança. Mas eles vão vir fortes, porque fomos os únicos que os venceram no primeiro turno. Vamos ver se conseguimos arrancar três pontos lá também."



* Pelo Brasileiro, o São Paulo venceu os últimos cinco confrontos que disputou contra o Galo, incluindo uma partida neste ano, no primeiro turno da competição, quando bateu os mineiros por 1 a 0.

* A última vitória atleticana sobre o Tricolor foi em 2009, com gol de Diego Tardelli, jogo no Morumbi.

* Invicto no Independência, o Galo defenderá a marca diante um time que venceu os três jogos que disputou naquele estádio. Em 1953, dois amistosos, placares de 3 a 0 e 1 a 0 para o São Paulo. Em 2004, pelo Brasileirão, goleada: 5 a 0.

* Desde o início do Brasileirão de pontos corridos, em 2003, o São Paulo tem ampla vantagem nos jogos contra o Galo. De lá para cá foram 17 partidas, com oito vitórias paulistas, seis empates e apenas três vitórias alvinegras.