Além da troca de farpas entre o meia Paulo Henrique Ganso e o presidente do Santos, Luis Álvaro de Oliveira Ribeiro, a indefinição do futuro do camisa 10 do Peixe ocasionou um novo atrito, desta vez entre Muricy Ramalho e o técnico Ney Franco, do São Paulo. Sem citar diretamente o treinador rival, Muricy se mostrou incomodado com as recentes declarações de Ney, sobre a possibilidade de Ganso vestir a camisa tricolor.

“Ele já foi escalado em um time aí. Até fiquei em dúvida se poderia colocá-lo em campo contra o Palmeiras. É incrível. A cada hora o Ganso está em um lugar diferente e ele não sai daqui. Mas o cara já o escalou lá”, disparou o comandante santista.

Durante a semana, Ney Franco disse que sonhava com a possibilidade de contar com Paulo Henrique Ganso, caso a transferência fosse concretizada, diante do Corinthians, neste domingo, no Pacaembu. Ney também revelou que havia rabiscado em um “campinho”, o posicionamento que o meia teria atuando em sua equipe.

Só que a oferta são-paulina, de R$ 10,7 milhões pelos 45% dos direitos econômicos do “maestro alvinegro”, presos ao time da Vila Belmiro, não foi suficiente para que o Santos aceitasse fazer negócio com o Tricolor Paulista.

Mais tarde, ao ser questionado diretamente sobre Ney Franco, Muricy Ramalho adotou um tom mais ameno em suas afirmações e evitou alimentar qualquer tipo de polêmica com o técnico do São Paulo. O treinador santista também negou qualquer tipo de ressentimento com a postura dos dirigentes tricolores.

“Não acho que houve falta de respeito. Quando uma pessoa fala, seja lá o que for, você tem que ver a índole dela antes de responder. Ele (Ney) deu uma declaração infeliz, porém, não considero isso um desrespeito ou maldade. Se fossem outros (profissionais), talvez eu pensasse diferente. Agora, esse tem ‘folha limpa’ e o São Paulo, um clube no qual que trabalhei durante muitos anos, também joga muito limpo”, comentou Muricy.

Para que Ganso deixe o clube, a cúpula alvinegra garantiu que não irá negociar um valor inferior a multa nacional. Sendo assim, os interessados devem depositar a quantia estipulada no contrato, R$ 53 milhões, para fechar com o camisa 10. Nesta divisão, o Santos teria direito a receber R$ 23,8 milhões e o restante seria destinado ao grupo DIS, detentor da porcentagem restante dos direitos econômicos do atleta, cujo vínculo com o Peixe é válido até fevereiro de 2015.