Uma noite mal dormida, uma longa viagem de avião e poucas horas de sono no CT da Barra Funda. Foi tudo que Lucas teve de enfrentar para estar em campo no clássico entre São Paulo e Santos. Com a camisa da seleção brasileira, o atacante entrou no segundo tempo do amistoso contra a Argentina, no último sábado, em Nova Jersey, nos Estados Unidos, e depois encarou dez horas de avião para o retorno a São Paulo. Ele desembarcou em Cumbica por volta das nove da manhã deste domingo e seguiu diretamente para o CT da Barra Funda, onde os jogadores do Tricolor estavam concentrados para o clássico contra o Santos.

Mesmo sem estar 100% por causa da noite mal dormida, Lucas conversou com o técnico Emerson Leão e pediu para entrar em campo. Logo depois, ele foi para o seu quarto e dormiu até a hora do almoço. Quando o ônibus chegou ao estádio do Morumbi, o garoto foi o último a descer. Com cara de cansado, anunciou sua escalação na partida.

– Eu vou para o jogo. Dormi no CT, dormi no ônibus e quero jogar para ajudar meus companheiros – afirmou.



Dentro de campo, no entanto, Lucas não conseguiu mostrar seu melhor futebol. Cansado e sem arranque, pouco produziu nos primeiros 45 minutos. Na etapa inicial, chamou a atenção apenas em um chute cruzado e em uma arrancada para o ataque. Muito pouco para um atleta da sua importância para o esquema tático tricolor.

Na saída para o intervalo, Lucas criticou a apatia da equipe.

– Começamos muito bem, marcamos o gol e depois diminuímos o ritmo. Entramos no jogo do Santos, que veio muito desfalcado e não queria muita coisa no jogo. Não podemos fazer isso – ressaltou.

Na tapa complementar, Lucas, mais ligado, levou perigo no primeiro ataque do Tricolor. Aos seis minutos, ele recebeu passe de Jadson, avançou em direção ao gol e, da entrada da área, bateu cruzado, à direita de Aranha, com muito perigo. Três minutos depois, o camisa 7 tinha a chance de iniciar um contra-ataque, mas errou o passe para Willian José.

Aos 20, o Morumbi viveu clima de suspense. O atacante, após levar uma pancada na coxa, precisou ser atendido pelo departamento médico. Mas, mostrando que foi apenas um susto, logo depois ele deu uma arrancada ao ataque e só foi parado com falta pelo beque santista Durval, que foi advertido com cartão amarelo. Aos 31, em sua última grande jogada na partida, Lucas arrancou e cruzou para Maicon, que só não marcou o segundo gol porque a defesa do Peixe fez o corte.

Ao fim da partida, Lucas saiu com a sensação do dever cumprido.

– Minha juventude ajudou nesta partida. Tomei uma "paulistinha" na coxa e doeu na hora. Não foi um risco jogar, se me deixaram jogar é porque estava tranquilo. Terminei o jogo inteiro.