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Teimosia de revelar

A liminar concedida pelo TST para que Oscar volte a jogar pelo Inter, seguida do adiamento de seu registro no BID e a proibição de disputar o Grenal certamente não serão os últimos capítulos da novela. Oscar deixou o São Paulo no final de 2009, com três anos de contrato a cumprir. É justo ele escolher onde trabalhar, como determinou o TST. Errado é adiar o julgamento do mérito e não determinar como o São Paulo deve ser ressarcido pelo contrato rompido unilateralmente.

Na terça-feira, três dias antes da liminar do TST, o advogado de Oscar declarou que o jogador pagaria a multa. Ué, agora? Por que não pagou há três anos, quando decidiu rescindir seu contrato? Se a rescisão se desse nos termos do acordo assinado, ninguém estaria discutindo se Oscar pode ou não pode jogar pelo Inter.

A ética do futebol é mesmo particular. Nela, não vale nem o fio do bigode, nem o contrato assinado. Nem no Brasil nem no exterior. O Barcelona passou bons anos questionando os clubes ingleses por ter-lhe tomado o zagueiro Piqué (Manchester United) e o meia Fabregas (Arsenal). Teve de recontratá-los.

Ano passado, o Barcelona foi campeão da Liga dos Campeões com sete 'canteranos' na finalíssima. Os clubes mais vitoriosos na Europa dos últimos anos, como Manchester United, Bayern de Munique e Barcelona, compram a peso de ouro, mas formam grande parte de seus elencos.

Não é certo Oscar ganhar a batalha sem indenizar o São Paulo. Ele pode até jogar pelo Internacional, como quer, mas tem de pagar a multa, seja qual for. Ou o caso induzirá novos agentes de jogadores a seduzir garotos, como Giuliano Bertolucci fez com Oscar e tentou fazer com Casemiro - segundo declarou o volante.

Caso Oscar à parte, a batalha que os clubes não devem perder é a da revelação de talentos. Pior do que perder um é deixar de ter uma geração. "O futebol brasileiro vai quebrar se continuar gastando como está", diz o presidente do São Paulo, Juvenal Juvêncio, sobre a necessidade de encher mais o time principal de jogadores formados em Cotia. Quem não forma gasta e fica à mercê do mercado de jogadores medianos.

Nos últimos dez anos, Santos e São Paulo foram os clubes paulistas que mais usaram jogadores da base e os únicos a ganhar a Libertadores. Na final do ano passado, o Santos tinha quatro pratas da casa. Na semifinal de hoje, terá três (Rafael, Ganso e Neymar), o São Paulo dois. É pouco ainda, comparando com o Barcelona do ano passado ou com o Bayern, finalista deste ano da Copa dos Campeões da Europa.

A teimosia é o único caminho.

A sucessão. Guardiola fez suas bobagens no final da passagem pelo Barcelona, como manter só dois zagueiros no final do primeiro tempo contra o Chelsea, o que permitiu o gol de Ramires e mudou a semifinal da Copa dos Campeões. Nesse caso, ajudou a perder. Mas nos últimos quatro anos, o Barcelona viveu sua fase mais vitoriosa, com o segundo tricampeonato espanhol de sua história, dois títulos europeus e dois mundiais. Por mais que o sucesso a estrutura barcelonista empurre, sua sucessão dirá até que ponto o clube empurra. Até que ponto o técnico foi fundamental.

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