Aos 19 anos, o jogador é titular do São Paulo, tem sido presença constante nas convocações da seleção brasileira, frequenta a mídia com regularidade, mas ainda não atraiu parceiros que façam seus vencimentos crescerem exponencialmente.

Encontrar um mote para vender a imagem de Lucas ainda está para ser descoberto. O empresário Wágner Ribeiro se reuniu com os pais do jovem atleta nesta segunda-feira. Vão conversar também com a 9ine, empresa do ex-jogador Ronaldo Názario, que tem contrato com Lucas e também com Neymar, outro jogador cuja carreira é administrada por Ribeiro.



Aliás, uma comparação entre os dois amigos fora de campo – e adversários no próximo domingo quando São Paulo e Santos dispútam a semifinal do Campeonato Paulista – dá uma dimensão do que pode ser feito com Lucas. Ele fatura hoje (cerca de R$ 120 mil), apenas quatro por cento do que Neymar amealha mensalmente (em torno de R$ 3 milhões).

O santista chegou a este montante graças a 11 contratos de publicidade. Cinco deles foram fruto do trabalho da 9ine (Panasonic, Ambev, Claro, Unilever e Baterias Heliar). O empresário fez a negociação com a Nike. E o Santos, que vem mantendo Neymar no futebol brasileiro, atraiu parceiros como Volkswagen, Lupo, Tênis Pé Baruel, Banco Santander e Red Bull. "Ele é uma máquina. O Neymar não está nem aí com tantos compromissos. A gente marca, o Santos libera e ele vai e faz", afirmou Ribeiro.

Até hoje, o São Paulo não apresentou nenhuma proposta que incluísse a entrada de patrocínios para engordar os ganhos de Lucas. Dentro de campo, ele tem mostrado potencial. Mas ainda não é o maior ídolo dos tricolores.

Por isso, quem cuida da carreira do garoto, tenta esquentar os negócios.

Na intenção de manter Lucas no noticiário, o empresário criou um factóide ao levar os pais do jogador até Madrid e os apresentar ao presidente do Real, Florentino Perez, e ao técnico José Mourinho. Foi apenas o primeiro contato, com conversas cordiais, para estabelecer bases de uma relação no futuro.

Não é a primeira vez que Ribeiro faz este tipo de viagem. Em 2006, ele colocou Neymar pai e Neymar filho na classe executiva de um vôo para Espanha. Lá, apresentou o garoto de 14 anos para os dirigentes do Real (Arrigo Sacchi e Emílio Butragueño). Eles permitiram que o então jogador da base do Santos treinasse com um time infantil do Madrid.

No sábado desta visita, Neymar foi com o pai e Ribeiro à tribuna do estádio Santiago Bernabéu. O empresário colocou o menino entre os dois dirigentes do Real. Em seguida, telefonou para o Brasil a visou à TV Bandeirantes a localização de Neymar. Quando a tevê espanhola mostrou o trio, o narrador já sabia que o jovem ali era a promessa santista. O Santos entendeu a mensagem.

Ainda na Espanha, Ribeiro foi procurado pelo então presidente Marcelo Teixeira, que queria marcar uma reunião com ele para tratar do Neymar. O trio retornou ao Brasil e o empresário trouxe ainda um contrato em branco elaborado pelo Real Madrid, que mostrava a vontade de contratar Neymar e dar emprego ao pai do jogador.

Resultado: “O Neymar recebia R$ 150,00 por mês e passou a ganhar R$ 25 mil”, disse Wágner Ribeiro. Lucas não quer sair do São Paulo. “Estou muito bem aqui e quero ganhar títulos com esta camisa”, disse o jogador ao Blog do Boleiro. Mas quem cuida da carreira do meia/atacante tricolor está se movimentando em busca de valorização.