Logo no terceiro jogo do ano, Luis Fabiano sentiu lesão muscular que o deixou vetado por mais de um mês. Quando voltou, ganhou um peso além da pressão pelos R$ 17 milhões pagos pelo clube por ele no ano passado: Willian José, seu substituto que marcou nove vezes em nove partidas como titular. O alívio só veio para o camisa 9 com os quatro gols sobre o Independente de Tucuruí. O que, para o artilheiro, é prova do destino.

“Nada é por acaso. Estava escrito que isso aconteceria”, comentou Luis Fabiano, ciente de que se beneficiou do segundo duelo contra os paraenses, que ocorreu apenas porque, em atuação apática, o Tricolor não fez mais do que 1 a 0 na ida, em Belém, sem condições de eliminar um novo confronto.

Atuação convincente do ídolo em momento oportuno, antes de um clássico contra o Santos, no domingo. “Se não tivesse o jogo, para mim também seria importante porque preciso da semana inteira para fazer um trabalho específico, fortalecer a perna. Sem este jogo, ficaria o gol da Portuguesa na memória. Como teve o jogo, são os quatro gols”, sorriu.

Foi assim que Luis Fabiano, sob a cobrança para suprir bem a função que Willian José deu conta, deixou de lado a má impressão de seu primeiro jogo depois da lesão, exatamente no triunfo sobre o Independente no Mangueirão. Nas duas partidas seguintes, foram cinco gols, totalizando 13 em 18 compromissos pelo Tricolor nesta nova passagem – em 2012, são seis gols em seis jogos.

Djalma Vassão/Gazeta Press

Ídolo tem seis gols em seis jogos no ano. O reserva Willian José marcou nove em nove partidas como titular.

“A partir do momento em que entro em campo, sou muito cobrado. No Pará, voltei para fazer gol, que é minha função, mas o maior objetivo era adquirir ritmo de jogo. Só que fui muito cobrado. Como o Willian José vinha fazendo muitos gols – por mérito, porque é trabalhador e tem muita qualidade –, surgiram questionamentos. É inevitável”, analisou, reforçando estar bem para agradar a todos.

“Estou pronto desde que voltei, dando mostras de que estou totalmente recuperado. Agora tenho a sequência que tanto esperava e sonhava, batalho para ser o Luis Fabiano que a torcida espera. Estou em uma fase especial. Mas ainda tenho algumas coisinhas para melhorar e quem vai ganhar com isso é o torcedor e o São Paulo”, afirmou.

Em números, o atacante vai firmando-se na história do clube. Está isolado como nono maior artilheiro, com 132 gols, a quatro de Maurinho, o sétimo – só no Morumbi, foram 73 gols. “Quero escalar o máximo possível para ficar entre os cinco primeiro artilheiros, seria importante individualmente, mas meu principal objetivo é ganhar títulos. O que fica marcado na parede é o quadro de campeão”, apontou o capitão.

Já Emerson Leão, por enquanto, prefere trabalhar apenas para que a sombra do novamente reserva Willian José não volte a atrapalhar o centroavante titular. “Vamos insistir, cobrar e incentivar para que o Fabiano fique feliz e prospere. O Willian já fez os gols, agora é a vez dele”, falou o técnico.