José Maria Marin falou sobre seus planos no comando da CBF (Foto: Rafael Ribeiro/CBF)

Após 23 anos, Ricardo Teixeira renunciou nesta segunda-feira ao cargo de presidente da CBF. Seu sucessor, o paulista José Maria Marin, no entanto, chegou com discurso continuísta.

Marin louvou a gestão de Teixeira, teceu elogios e garantiu que todos os diretores do agora ex-mandachuva vão continuar em entrevista.

> Veja a íntegra da primeira entrevista do novo mandatário da CBF
O senhor cumpre o mandato do Ricardo até o fim?

Devo assumir o mandato também do COL, e vou cumprir o mandato na CBF. É uma continuidade, as diretrizes são as mesmas, é continuidade da administração do presidente Ricardo Teixeira.

A partir de agora, o senhor assume a presidência. O que diz o Estatuto? Vai ser obrigado a realizar novas eleições? Como os presidentes receberam esta renúncia? Prefiro até passar a palavra para o assessor jurídico (Carlos Eugênuio Lopes).

Lopes: o presidente José Maria Marin assumiu a presidência da CBF nesta data, na qualidade de vice mais idoso. O artigo 102 do Estatuto, em caráter excepcional, em decorrência do Brasil ter sido escolhido para sediar a Copa de 2014, houve por bem prorrogar o mandato vale até a Assembleia Geral que julgar as contas de 2014. Portanto, o atual mandato durará até a Assembleia Ordinária que julgar as contas do exercício de 2014.

Como fica sua diretoria, o senhor mantém seus diretores?
Em primeiro luigar, em um gesto de elegância, todos os diretores colocaram seus cargos à disposição.

Nem um, nem dois, todos! Um gesto que colocou o José Maria Marin com total liberdade de escolha, mas eu mencionei a todos eles que não se trata de uma nova gestão, é um novo presidente, não nova administração. É uma continuidade ao estupendo trabalho que o Teixeira estava realizando. E todos temos uma grande missão, e preciso desses diretores para dar continuidade ao trabalho estupendo, que botou o futebol do Brasil respeitado. Foi uma administração moderna, exemplar, uma administração modelo. Insisti para que todos continuassem, pois precisamos do trabalho e da experiência desses diretores, para que a CBF continue nesta trilha do sucesso e boa administração. Quero insistir: não é uma nova administração, não é um novo projeto, o que existe é continuidade. Para existir continuidade, preciso destes homens que gozavam da confiança do Ricardo. Se ele escolheu esses homens, passarão a ser de absoluta confiança do José Maria Marin. Eu preciso deles.

Já houve uma primeira reunião entre o senhor e seus vices e presidentes de federações?

Tive uma reunião com os vices. Primeiro quero destacar que todos os cargos que ocupei na minha vida...não faço isoladamente. Delego com responsabilidade, mas dou autonomia aos que trabalham comigo. Tive uma conversa com vices, alguns jovens... Vamos procurar aliar a disposição dos mais novos à experiência do mais idoso. São grandes companheiros, é natural que, no decorrer do meu mandato, também tenham a oportunidade de também ocupar a presidência da CBF. Desfrutam da mesma confiança e capacidade de trabalhao do José Maria Marin. Pode me cobrar.

Existe alteração contratual no COL que inclua o senhor da sociedade?
Estamos tratando da CBF, mas vou responder sua pergunta. Já foram tomadas as providências, o José Maria Marin participará. Junto de outros companheiros, de pessoas que deram grande contribuição... o Ronaldo e o Bebeto. As providências foram tomadas, vamos procurar trabalhar de forma fraternal e democrática. não faltará diálogo entre os três.

O Ricardo enfrentava dificuldades com a Dilma. O senhor vai tentar um treabalho de reaproximação?

Todos diretores e departamentos estão abertos ao diálogo. Vamos atender a todos, a CBF é uma instituição. Seja qual esfera for, sempre estaremos abertos ao diálogo. Tudo que for para o benefício do futebol, não podemos ter vaidade. A CBF tem de mostrar que estamos trabalhando para que o Brasil tenha uma grande Copa. O passado pertence ao passado, vamos aproveitar as coisas boas e pensar no presente e no futuro. Na última Copa, eu ouvi pelo rádio, eu era atleta do São Paulo, fiquei no lugar do Friaça.

Acompanhei 1950 pelo rádio. Nosso presidente Ricardo Teixeira tornou realidade o grande sonho de milhões de brasileiros. Eu tinha 17 anos e chorei naquele dia. Quando se fala em Copa, o grande responsável se chama Ricardo Teixeira. Para isso contribuiu acima de tudo o respeito e credibilidade que ele goza em todo o mundo. Presto uma homenagem a uma pessoa que admiro há muito tempo, que se chama João Havelange. Ainda guardo gratidão e respeito por estas pessoas. Sou grato aos dois. Se não tem nossa gratidão, que tenham nosso respeito. Eles contribuiram para o futebol brasileiro e mundial. A Fifa é o que é por causa do Havelange.

E o episódio da medalha?

Eu te agradeço, sabe por que? Eu pediria que falasse em meu nome, o Marco Polo Del Nero. Foi uma cortesia que recebi da FPF. Isso me dá uma tranquilidade. Fui vereador, presidente da Câmara, vice-governador, governador e presidente da FPF... e vocês que vasculharam minha vida acharam apenas o que considero uma verdadeira piada, pois foi uma cortesia da FPF e aconteceu na frente de todo mundo. Fico tranquilo que alguns tenham vasculhado minha vida, terem encontrado esse detalhe e darem uma dimensão que eu nunca vi