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Lapolla admite estar longe de vitória, mas promete acirrar oposição

A missão não é fácil para Edson Lapolla, candidato da oposição ao cargo de presidente do São Paulo, nesta quarta-feira. Diante do favoritismo de Juvenal Juvêncio, o próprio adversário admite ser quase impossível vencer, mas adverte que aumentará suas contestações contra a próxima gestão.

Administrador de empresas e publicitário, de 62 anos, Lapolla concedeu entrevista exclusiva por telefone à GE.Net, respondendo a duas questões específicas e quatro iguais às feitas ao situacionista Juvenal.

Gazeta Esportiva.Net: O senhor já exerceu os cargos de diretor adjunto de futebol e diretor de marketing. Acha que tem experiência suficiente para o cargo de presidente?
Edson Lapolla: Nunca fui de falar de mim mesmo, mas fui diretor executivo do São Paulo em três oportunidades. Fui diretor pleno de esportes amadores na primeira gestão do Juvenal Juvêncio (1988-1990), fui também diretor pleno de comunicação, quando lancei o projeto de sócio-torcedor na administração do José Augusto Bastos Neto. Fui diretor pleno de marketing do Marcelo Portugal Gouvêa. Acompanho o São Paulo desde que me conheço por gente e duvido que haja um conselheiro que tenha visto mais jogos do que eu nos últimos 30 anos, desde a categoria infantil. Fui diretor de futebol de salão em 1985, passando por lá César Sampaio, Edu Manga, Pavão, André Luiz, Caio... Ou seja, tenho de sobra experiência no futebol. Minha atividade profissional nunca me deixou falar de mim. Eu tive uma agência de promoções e, em um período, meu principal cliente era a Parmalat, que patrocinava o Palmeiras. E eu era conselheiro do São Paulo. Tive de me preservar para fazer as duas coisas. E eu sou um dos fundadores do Grupo Participação, que hoje comanda o clube. Mas, quando voltei da China em 2005 (de um projeto do São Paulo), eu e mais sete companheiros discordamos de algumas ações da diretoria e combatemos. Não fomos ouvidos e preferimos sair. Nós não concordávamos como estavam se desenvolvendo o contrato de monitoramento do estádio e a comercialização dos camarotes. Estávamos tão certos que o monitoramento foi totalmente refeito depois.



GE.Net: O Juvenal é apontado como favorito na eleição. O senhor acha que a contratação do Luís Fabiano e a liderança da equipe complicam sua aspiração ao cargo de presidente?
Edson Lapolla: Não muda nada, a não ser a imagem dele junto à torcida, que não vota. Dentro do Conselho Deliberativo, Juvenal Juvêncio tem maioria absoluta. O quadro eleitoral com ou sem Luís Fabiano não mudou uma vírgula. E espero que ele contrate o Diego Forlán, cubra o estádio e melhore a imagem dele. Para nós, que não concordamos, o terceiro mandato manchará a história do São Paulo e o resultado ficará sub judice, que é uma vergonha. Ele não vai poder sair fazendo festa, até porque tem algo mais importante amanhã (quarta), que é o jogo do São Paulo. Terei meus votos de pessoas que me acompanham com propostas, porque daqui para frente faremos uma oposição mais fiscalizadora. Conhecemos todos os conselheiros e somos amigos, sei quem vai votar em mim e quem vai votar nele. Mas não me sinto derrotado, quem ganha é o São Paulo. Se juntassem minha plataforma com a dele, teríamos o São Paulo ideal. Vamos tentar batalhar por nossas ideias, principalmente as que falam de democracia, porque nosso Estatuto hoje é totalmente antidemocrático.

GE.Net: Atualmente, o São Paulo não tem boa relação política com Federação Paulista de Futebol e Confederação Brasileira de Futebol. Qual a posição que o senhor pretende adotar em relação às duas entidades nos próximos três anos?
Edson Lapolla: Minha plataforma prevê a criação de um cargo de diretor de relações institucionais. O São Paulo tem como seu maior business o futebol e está brigado com todas as entidades que fazem futebol no Brasil. Precisa urgentemente reativar esses relacionamentos, e não vai ser com Juvenal Juvêncio. O mérito das discussões que o São Paulo começou a ter com FPF e CBF tem até razão, mas a forma como está fazendo nos últimos tempos só prejudica a imagem do clube, sofrendo retaliações. Este clima de revanchismo está tão impregnado no clube que, depois de ter se classificado em primeiro lugar, o Rogério Ceni foi dar entrevista e falou do regulamento errado. O mesmo fez o Carpegiani. As pessoas estão impregnadas com essa beligerância. Tinham acabado de ganhar o primeiro lugar que caiu do céu e foram reclamar do regulamento? Tinha tanta coisa boa para falar, mas fica naquilo de 'somos prejudicados, somos coitadinhos'. Temos que mudar este comportamento.

GE.Net: O senhor ainda acredita na possibilidade de o Morumbi ser recolocado no cronograma da Copa do Mundo de 2014? Este é um projeto do senhor?
Edson Lapolla: Acompanho muito isso, até pela minha atividade profissional (consultor de marketing esportivo). Foi um erro da oposição não ter feito oposição mais rígida, mas porque tínhamos uma briga maior de todos os são-paulinos, que era colocar o estádio na Copa. Foi uma falha porque deixamos o Juvenal administrar tranquilo. Hoje, pelo que acompanho e participo de seminários sobre a Copa, é quase impossível. Só que resta esperança porque a cidade de São Paulo precisa de um estádio na Copa. Em minha plataforma, colocamos que devemos fazer parceria com poderes públicos por obras no entorno do estádio, ficou provado depois do último show que existe a necessidade. Está afunilado. O São Paulo tem que fazer sua parte e lutar para conseguir, mas ser indicado para a Copa, com Ricardo Teixeira de um lado e Juvenal Juvêncio de outro, é muito difícil.

GE.Net: O senhor é favorável a uma mudança estatutária para permitir o voto direto dos sócios nas eleições para presidente?
Edson Lapolla: Totalmente. Está em minha plataforma, com voto do sócio e seu cônjuge, além do sócio-torcedor, como fez o Internacional. Por exemplo, é uma fatia muito grande da receita do Inter. O São Paulo pode ter 200 mil sócio-torcedores. Eles participariam ativamente da vida social do clube e não poderiam votar? Temos que estudar uma forma nos moldes da Europa. Não seria novidade, porque o Inter já fez isso nas últimas eleições. Hoje, a oposição não consegue fazer chapa no clube. É um Estatuto feito para manter o status quo de quem está no poder, e que também é natural em outros clubes. Temos discordâncias de como o São Paulo é gerido, nada que uma boa conversa não pudesse resolver. Mas com Juvenal Juvêncio não tem diálogo. E não temos só críticas. O estádio está muito melhor hoje do que há seis anos. Há renda quase que diária, com academia, restaurante, camarotes corporativos...

GE.Net: Por que o senhor se considera mais preparado que seu adversário para ser presidente do São Paulo?
Edson Lapolla: Porque tenho ideias mais democráticas, meu modelo de gestão é mais profissional e transparente. Colocarei quatro diretorias com profissionais de mercado, sendo um manager no futebol. E eu saberia diminuir a influência de empresários, mesmo sem acabar, porque faz parte do futebol.

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