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Diretor do SP: Show vale 5 jogos com 50 mil pessoas no Morumbi

Sai Rogério Ceni, entra Iron Maiden. A ginga de Lucas pela de Shakira.

Sem Luis Fabiano, mas com Paul McCartney. Dagoberto longe, brilha Beyoncé. E o São Paulo Futebol Clube vai lucrando, como nos três shows do U2 a partir deste sábado (9).

O time acaba desalojado e migra até Barueri para sediar seus duelos, porém o clube fatura como nunca com espetáculos de música no seu Estádio do Morumbi.

- Cada grande show tem rendido de aluguel ao São Paulo um valor líquido de
R$ 1 milhão. Pode haver uma variação para mais ou menos, dependendo da negociação, mas é muito pequena. Às vezes, negocia dois ou três shows - conta a Terra Magazine o diretor de futebol tricolor, João Paulo de Jesus Lopes.

O valor histórico, sentimental e simbólico do centésimo gol de Ceni contra o Corinthians na Arena de Barueri não é o mesmo da comemoração que se faria na tradicional casa são-paulina, certamente com público maior. Porém, os cofres do São Paulo não sentiram a menor falta, compensados pelas apresentações de U2, Iron Maiden e Shakira em 2011. Nos anos anteriores, foram Paul McCartney, Madonna, Beyoncé, Bon Jovi...

- É lícito falar que um show desse equivale a cinco jogos de 50 mil pessoas no estádio. Com a grande vantagem de que uma partida de futebol normalmente tem muitas despesas: o pessoal que está trabalhando, custos adicionais que correm por conta do estádio. No caso do show, isso não está incluído, é cobrado à parte - afirma Lopes.

São justamente esses abatimentos que reduzem a renda da bola. As cobranças extras valorizam os eventos musiciais.

- É fácil fazer esse cálculo. Considerando meia-entradas, preços de arquibancada e outros mais elevados, o valor médio do ingresso hoje é R$ 30. Se você conseguir colocar 50 mil pessoas, o que aqui em São Paulo temos quatro ou cinco vezes por ano, a arrecadação (bruta) é de aproximadamente R$ 1,5 milhão. O aluguel para um jogo desse, e à noite, seria de R$ 225 mil - contextualiza Lopes, indicando taxa de 12% de aluguel sobre o valor da receita total de bilheteria e 15% em partida noturna.

Mesmo com o dono da casa em ação, o aluguel não é embolsado pelo departamento de futebol são-paulino, e sim pelo departamento de estádio.

Insatisfeitos com os preços exigidos pelo tricolor, os arquirrivais Corinthians, Palmeiras e Santos não mandam mais seus compromissos no Morumbi. Preferem o Pacaembu, da Prefeitura paulistana.

Ainda assim, é milionário o balanço financeiro da sede vermelha, preta e branca. "O São Paulo tem três unidades de negócios: estádio, futebol e parte social. A unidade estádio tem sido superavitária desde 2003, com a inauguração de camarotes corporativos. E mais recentemente, com esses grandes shows, o superavit aumentou bastante, de tal sorte que nosso lucro na área de estádio é superior a R$ 15 milhões", comemora o diretor de futebol.

Itaquera 2014

João Paulo de Jesus Lopes minimiza a importância de um estádio abrigar partidas de Copa do Mundo.

- O que traz (de benefício) ao clube é a questão da modernização, das infraestruturas no entorno do estádio. Do ponto de vista financeiro, não traz nenhuma vantagem. Se o São Paulo fosse fazer (reforma no Morumbi), ele é que ia arcar, diferentemente dessa festa que está ocorrendo no resto do Brasil. Até porque o governo deixou bem claro que não vai utilizar recursos públicos em São Paulo - opina o diretor de futebol.

Arrecadação e custos da partida cabem aos organizadores do Mundial, acrescenta. A exposição global do estádio, Lopes não considera tão necessária.

- Essa discussão é muito relativa. No caso do São Paulo, tem que ser considerada a visibilidade que contribui para alavancar seu negócio, que é o futebol. O São Paulo é um clube muito conhecido no mundo inteiro, o mais conhecido do Brasil, até pelo fato de ser tricampeão mundial, tem frequentemente se exposto lá fora - gaba-se.

Ele aproveita para alfinetar mais diretamente o Corinthians, cujo projeto de futuro estádio em Itaquera foi escolhido para a Copa de 2014 após o Morumbi ser descartado pela Federação Internacional de Futebol (Fifa):
- Outros clubes têm um grande prestígio interno no País, mas externamente são muito pequenos.

No intervalo das provocações, o cartola prossegue:
- Essa visibilidade adicional, é óbvio que existe, mas precisa ver até que ponto ela refletiria no negócio futebol: nos patrocínios, licenciamentos. Não tenho dúvida de que tem um reflexo, mas não sei se a quantificação é tão elevada quanto muitas pessoas procuram supor.

A presença no Mundial, aliás, poderia sair cara, na sua avaliação. "Tenho certeza de que essa visibilidade não remunera os investimentos que o São Paulo teria que fazer e que fará, porque está dando andamento ao seu projeto independentemente de Copa do Mundo. Até por ser um excelente negócio a exploração do estádio, pelo superavit que tem dado", argumenta.

O clube pretende dobrar o saldo positivo que cultiva no Morumbi. "Nossa expectativa é de R$ 30 milhões de lucro líquido do estádio por ano. Estamos investindo. Muito em breve, teremos uma nova cobertura, que já está em fase final de negociação", adianta.

As perspectivas animadoras ensejam nova carga contra os desafetos da atual diretoria tricolor:
- Esse pessoal todo que está envolvido, Fifa, Federação Paulista, Comitê (Organizador) Local, tem demonstrado uma grande má vontade em relação aos projetos do São Paulo, que sinceramente não está muito preocupado com eles e vai tocar seu projeto de maneira isolada.

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