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A derrota para o Santa Cruz evidenciou uma crise de nervos que domina os jogadores do São Paulo quando a partida não está nas mãos tricolores. Seja na derrota de anteontem por 1 a 0, pela Copa do Brasil, ou em confrontos pelo Campeonato Paulista, os comandados de Paulo César Carpegiani deixam claro a necessidade de um melhor trabalho psicológico para reverter situações adversas.

Um dos indícios que atestam tal problema é a dificuldade do time paulista em dar a volta por cima dentro de uma partida. Esse fato, observado quando os pernambucanos abriram o placar em Recife, é ratificado pelos números. Neste ano, a equipe do Morumbi saiu atrás no marcador em sete oportunidades e só conseguiu virar o jogo duas vezes ? sendo ambas diante de adversários bem mais fracos tecnicamente, o Linense e o Americana.

"Nós precisamos melhorar nesse aspecto. Não estamos tendo a concentração mental necessária para manter a calma e virar um jogo depois de sair perdendo", comentou o volante Jean. Palavras de quem conhece bem o problema. Ele e Rogério Ceni são os únicos que disputaram os 18 jogos de 2011.

Outro aspecto evidente do despreparo tricolor quando as coisas não vão bem é o nervosismo dos atletas. Nesta temporada, os pupilos de Carpegiani receberam 36 cartões amarelos (média de dois por jogo). Além disso, foram duas expulsões ? ambas em clássicos, duelos que exigem ainda mais controle emocional. O zagueiro Alex Silva recebeu o vermelho contra o Palmeiras. O atacante Dagoberto, diante do Corinthians, no domingo.

Até o meia Lucas, que apesar da juventude costuma esbanjar tranquilidade em campo, já começou a dar sinais de irritação. Em Recife, ele sofreu uma dura perseguição e quase perdeu a cabeça, xingando adversários e chegando forte nas jogadas nas quais ele era o marcador.

"A equipe ficou nervosa e se perturbou com a marcação de um adversário viril. Isso tem de acabar", concluiu Carpegiani.