Carpegiani se recusou a acreditar na contratação de Luís Fabiano. Até o último momento, adotou a tática da prudência. Como a criança que espera por um presente, mas não quer ter muitas esperanças para não se decepcionar.

Com a aquisição confirmada, a preocupação do treinador foi frear os ânimos. Que ninguém espere por um Tricolor ultraofensivo com a chegada do Fabuloso. "Eu não vou colocar cinco atacantes. Não vou, por exemplo, tirar o Jean para colocar mais um homem de frente. Isso não vou fazer mesmo. Vocês podem ter certeza de que não vou desmontar o meu time", esclareceu.

Até porque a força da equipe é a solidez defensiva. O São Paulo sofreu apenas um gol nos últimos cinco jogos. "Se eu não tivesse sido expulso, talvez teríamos vencido a partida sem sofrer gol", lamenta Alex Silva, sentindo-se responsável pelo empate em 1 a 1 contra o Palmeiras, em 27 de fevereiro. A última vez em que a retaguarda foi vazada.

Dono da posição / Luís Fabiano dará uma opção de peso para o ataque tricolor. Porque o jogador com característica de área que Carpegiani tem à disposição, por enquanto, é Willian José. Com mais velocidade, há Fernandinho, Dagoberto e o próprio Lucas, meia que também pode ser utilizado mais avançado.

"Tenho várias opções, mas nunca friso que esse ou outro é meu titular definitivo. Tenho cuidado muito grande. É como o treinador da seleção brasileira. Ali é só a nata. Mas esse é um problema que vamos olhar lá na frente", compara.

Não que ele esteja se queixando, evidentemente. Não disse com todas as letras, mas não resta dúvida de que Luís Fabiano será dono de uma das vagas no ataque. Seria inimaginável a diretoria gastar R$ 17,5 milhões por um artilheiro de nível internacional e mantê-lo no banco de reservas.

"É o tipo de reforço que o treinador nem precisa ser consultado. Jogador assim, a diretoria tem de ir lá, contratar e pronto. Mas eu estava com um pé atrás. Não acreditava."