Lucas, 18, estreou no profissional do São Paulo há menos de sete meses, mas já é a maior aposta do clube para reviver os bons momentos e títulos da década passada. E o menino está adorando o clima de badalação que o cerca.
O camisa 7, maior nome de uma nova geração de Menudos do Morumbi (em 1985, o clube ganhou o Paulista com um time cheio de garotos), derrubou a imagem de menino tímido que ostenta e se abriu em entrevista à Folha.

Com desenvoltura, falou sobre fama, vaidade, mulheres, a parceria com Neymar na seleção brasileira sub-20 e até de hábitos alimentares.

Folha - Gosta da badalação em torno do seu nome?

Lucas - Gosto. É muito bom saber que estão reconhecendo o seu trabalho. É ótimo ouvir: "Aquele é o Lucas, joga muito, está na seleção".

Sucesso atrai mulheres?

O assédio aumentou bastante. Tem meninas fanáticas pelo São Paulo, que vão aos jogos, pedem fotos, mandam recados pelo Twitter. Tem também as que querem algo mais. Estou solteiro, mas meu foco é na carreira.

Solteiro significa estar sozinho ou estar aproveitando?

Um pouco dos dois. Todo garoto da minha idade conhece uma pessoa e quer aproveitar um pouquinho. Nos momentos de folga, procuro sair com os amigos e acontece de ficar com alguém. Mas nada sério.

Se preocupa em saber se a menina está interessada em você ou na sua fama?

Se eu pensar que todo mundo me quer por interesse, não vou ficar com ninguém. Se gostar de alguém, vou arriscar. O coração manda, você nunca sabe quando vai se apaixonar. Minha família conversa comigo, diz para eu me prevenir.

Costuma sair à noite?

Sou mais caseiro. Quando tenho um tempinho, procuro visitar a família, ver um filme. Às vezes, vou com meus amigos a uma churrascaria, um restaurante, ao shopping. Gosto de lugares sossegados, não de balada.

O que acha dessa imagem de que jogador é baladeiro?

Jogador tem essa fama porque é uma pessoa pública. Um motorista de ônibus também pode ser baladeiro, mas ninguém sabe. Eu sou tranquilo, mas já fui conversar com uma pessoa interessante, e ela falou que o pai dela não queria que ela se envolvesse com jogadores.

Você é vaidoso como seu companheiro de quarto na seleção sub-20?
Ah, o Neymar é tranquilo. E eu não sou exagerado, mas cuido do meu corpo. Passo desodorante, perfume, creme. Gosto de malhar para ficar forte, ter corpo legal.

E depila a perna...

Não, só raspo para deixar o pelo bem baixinho. Pelo grande não dá, é feio.

E o peito?

Peito não. Nem pelo eu tenho direito. Aí não precisa raspar, não.

Você bebe?

Não bebo, não fumo, nunca me envolvi com essas coisas. Dependo do corpo, não posso destruí-lo. Tenho uma família que pega no meu pé.

Mas sua alimentação é bem controlada?

Sou meio complicado para comer. Não como feijão. Salada e verdura, quase nada. É só arroz, bife e batata frita mesmo. Levava bronca direto no CT. Às vezes, vinha estrogonofe, ou outra coisa que eu não gostava, e tinha que comer assim mesmo. Agora que tenho mais moral, dá até para pedir um bifinho.

E o que você gosta de fazer quando não está jogando?

Sou ligado em internet. Fico no MSN, no Twitter, no Orkut. Leio as notícias do São Paulo. Procuro umas fotos legais minhas e salvo no computador para fazer quadros bacanas e pôr lá em casa.

Seus parceiros dizem que você é diferenciado. Concorda?

Sou diferenciado, sim. Mas pela cabeça que tenho. Sou tímido, tranquilo.

Tímido?

Muito. Aqui fico mais solto porque não tem câmera. Fico meio acanhado quando estou perto de quem não conheço. Agora estou começando a me soltar um pouco.

Como era o quarto de Lucas e Neymar na seleção sub-20?

Uma bagunça. A minha parte era até arrumadinha, mas a dele era uma zona.

Tem medo de ficar deslumbrado com sua nova vida?

Não. Tive uma boa criação. Sou bem tranquilo. Não acho que isso vai acontecer.