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Quase nove anos e 16 jogos. Este é o tempo que o Palmeiras não vence o São Paulo em clássicos disputados no estádio do Morumbi. No período, as duas equipes se enfrentaram por quatro competições diferentes e viveram fases completamente opostas. Agora, antes de mais um encontro, os palmeirenses admitem o incômodo, enquanto os são-paulinos querem manter o jejum de vitórias do rival.
O último triunfo do Palmeiras no estádio do adversário aconteceu em março de 2002, ainda pela primeira fase do torneio Rio-São Paulo. Vitória por 4 a 2, com direito a um gol histórico do meia Alex, que chapelou dois adversários, incluindo o goleiro Rogério Ceni.
Ainda na mesma competição, no entanto, começou a ser estabelecido o domínio dos anfitriões. Nas semifinais do Rio-São Paulo foram dois jogos no Morumbi e dois empates, com o São Paulo se classificando graças ao critério de fair play (menor número de cartões amarelos e vermelhos).
Desde então, foram 16 partidas disputadas no estádio, com 11 vitórias do São Paulo e 5 empates. Os principais triunfos do São Paulo foram em 2005 e 2006, ambos pelas oitavas-de-final da Copa Libertadores, por 2 x 0 e 2 x 1, respectivamente, colaborando com a eliminação do Palmeiras nos dois anos.
Apenas em 2008 o Palmeiras conseguiu “reverter” uma derrota no Morumbi. Depois de perder o jogo de ida das semifinais do Paulistão naquela temporada por 2 a 1, a equipe venceu por 2 a 0 no Parque Antárctica e avançou à decisão, quando bateu a Ponte Preta e se tornou campeã estadual.
Esse título, aliás, foi o único do Palmeiras no período do tabu, além da Série B em 2003. Apesar de ter aparecido como favorito a algumas competições, o time viveu maus momentos nos últimos anos, com destaque justamente para o rebaixamento à Segunda Divisão.
Maus momentos que constrataram com a boa fase do rival. Desde que Rogério Ceni foi chapelado por Alex, o São Paulo venceu um Campeonato Paulista, uma Libertadores e um Mundial de Clubes, todos em 2005, e o tricampeonato Brasileiro consecutivo, entre 2006 e 2008.
Um fator que pode ter colaborado para o tabu é o fato de o Palmeiras não mandar mais clássicos no estádio do rival, como aconteceu por muitos anos. Jogando no Parque Antárctica, no Pacaembu ou até em estádios do interior, a equipe conseguiu vencer seis vezes o clássico neste período.
O que eles dizem sobre o tabu
O discurso padrão entre técnicos e jogadores, claro, é de que qualquer tabu sempre é esquecido quando a bola rola. Mas, antes do clássico, os palmeirenses admitiram o incômodo com a série negativa, enquanto os são-paulinos demonstram preocupação com uma possível motivação a mais dos adversários para encerrar o jejum.
Confira o que alguns dos principais personagens do clássico falaram a respeito do tema:
Paulo César Carpegiani, técnico do São Paulo: “Tabu é bonito para escrever, historicamente. Mas está aí para ser quebrado. A resposta só vem depois do jogo, mas vamos tentar não deixar quebrar esse tabu”.
Luiz Felipe Scolari, técnico do Palmeiras: “Incomoda. Mas tabu um dia vai ser quebrado. Não tem nada mais o que trabalhar. São 16 jogos, vai insistir em cima de um assunto que não vai mudar nada. Nem era essa equipe, nem eu o técnico. Não vai mudar nada”
Alex Silva, zagueiro do São Paulo: “Quem está por cima não entra muito pensando no tabu. É mais pro lado deles. É o nosso caso com o Corinthians. A gente entra louco pra querer quebrar esse tabu, e é o que vai acontecer com o Palmeiras. O Palmeiras vai querer acabar com esse tabu, os torcedores também querem e a pressão vai ser grande se não acontecer”.
Valdivia, meia do Palmeiras: “É muito tempo sim. Incomoda para os jogadores sim. Incomoda ainda mais para o torcedor, que a vida toda foi e vai ser palmeirense. A gente sabe que tem uma pressão para ganhar deles dentro do Morumbi, mas eu acho que é mais importante ganhar do São Paulo, seja no Pacaembu, no Palestra, seja onde for”.
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