publicidade

Vadão sobre Rivaldo: 'Era magrinho, sem força'

Técnico que deu início ao desenvolvimento do atual camisa 10 do São Paulo, com o Carrossel Caipira, Vadão lembra do menino magricela

Vadão comandava um time com Mauri, Polaco (Ildo), Capone e Luís Carlos; Marcão, Fernando, Chiquinho, Válber e Admílson (Lélis); Leto e Rivaldo (Foto: Arquivo LANCE!)

Uma das estrelas do clássico de domingo, Rivaldo faz o seu primeiro clássico com a camisa do São Paulo. E justamente contra o Palmeiras, último clube brasileiro que o meia de 38 anos passou antes de ir brilhar na Europa e Seleção Brasileira.

Para lembrar histórias do início de carreira do craque, o LANCENET! foi atrás de Oswaldo Alvarez, o Vadão, técnico do Mogi Mirim entre 1992 e 93, atualmente sem clube.

LANCENET!: Em que momento você percebeu que Rivaldo era fora de série?
VADÃO: Ele, Válber e Leto já estavam acertados com o Mogi, mas o Santa Cruz pediu para usar Rivaldo e Válber na Taça São Paulo. Aí o presidente do Mogi pediu para eu dar uma olhadinha no jogo do Santa, em Campinas. Deu 15 minutos, perguntei para o supervisor que estava comigo se a documentação deles estava com a gente?. Ele disse que não e eu o avisei que podíamos perdê-los porque os meninos eram muito bons.

LANCENET!: Com 15 minutos, Vadão?
VADÃO: Fiquei encantado mesmo. Rivaldo ajudava a marcar, era muito bom na jogada aérea, tinha a passada larga, era grande e rápido. Era diferenciado pelo tamanho aliado à velocidade, sem contar a habilidade. Com 20 minutos de jogo, tinha dado quatro arrancadas, partindo para cima... Pensei: "Ah, esse menino não vem para o Mogi!". Depois, fiquei sabendo que o São Paulo já estava o observando. Felizmente, no dia seguinte, o presidente do Mogi fechou o negócio.

LANCENET!: Como surgiu o Carrossel Caipira que o fez explodir?
VADÃO: Bem, eu sempre fui fã do Carrossel Holandês na Copa de 74 e havia gostado do 3-5-2 da Seleção na Copa de 90, apesar de Lazaroni ter sido criticado. E no meu primeiro ano como técnico, no Mogi, tínhamos vários jogadores versáteis. O grupo foi montado com revelações de tudo que é lugar do país, entre eles, Válber, Leto e Rivaldo.

LANCENET!: Você viu Rivaldo "nascer"...
VADÃO: E ele arrebentou no Carrossel. Até que a diretoria do Corinthians foi lá, no meio de 1993, para contratar Válber, o cara que mais fazia gols no time. Lembro que avisei o Nelsinho (Baptista, então técnico do Corinthians), que era muito amigo meu. Falei: "Olha, leva o Rivaldo também porque é diferenciado. Esse vai ser craque".

LANCENET!: Por que Válber não vingou como Rivaldo?
VADÃO: Válber era inteligentíssimo, mas Rivaldo era completo. Era bom na jogada aerea, buscava jogo, armava e marcava, fazia gols...

LANCENET!: Você se sente um pouco o criador do Rivaldo?
VADÃO: Não tenho essa pretensão. Também me perguntam se sou o cara que descobriu Kaká. Jogadores como esses não têm "descobridor". O que fiz foi acelerar o processo. Lancei Kaká no Rio-São Paulo (de 2002) e, meses depois, ele foi para a Copa (da Coreia e do Japão). Ajudei de alguma forma. No caso do Rivaldo, a mesma coisa. No Mogi, eu o coloquei com liberdade para jogar, então explorei seu potencial. Mas não fui eu quem o viu jogando na praia (em Paulista, litoral pernambucano).

LANCENET!: Quem conheceu Rivaldo na época diz que ele era reservado...
VADÃO: É, ele mal conversava, falava muito pouco... Mas aprontava umas com Válber (risos).

LANCENET!: Lembra de alguma passagem?
VADÃO: Lembro de uma em que ele e Válber encheram o prato do Roberto Silva (então supervisor) de sal no refeitório. E disseram que a comida naquele dia estava com problema. Roberto foi na cozinheira, brigou com a mulher, e ela, desesperada, pediu para ele experimentar a comida na cozinha... Quando percebeu que tinha sido enganado, foi um escarcéu para cima dos dois meninos (risos).

LANCENET!: Acha que ele vai aguentar o ritmo até o fim deste ano?
VADÃO: São 38 anos, mas ainda pago para ver. Ele sempre se cuidou muito e tem uma capacidade física acima da média. Nunca teve graves lesões... Veio do Nordeste magrinho e sem força, mas organicamente sempre foi extraordinário.

Ex-parceiro, Válber 'esquece' passado

Companheiro de quarto e melhor amigo de Rivaldo nos tempos de Mogi Mirim, o ex-meia Válber mora hoje em Brasília e trabalha como empresário, caçando talentos pelo Brasil.

Procurado pela reportagem do LANCENET!, não quis falar a respeito do início de sua carreira ao lado de Rivaldo.

– Ih, rapaz, faz tanto tempo isso... Não me lembro de nada mais! – disse.

Questionado sobre sua atuação como descobridor de revelações, pediu para a reportagem mudar de assunto.

– Se for para falar de futebol, eu estou fora. Obrigado e um abraço!

Maranhense de São Luís, Válber tem 39 anos. Jogou com Rivaldo no Santa Cruz, Corinthians e Palmeiras. Passou ainda por Yokohama Flugels (JAP), Vasco, Internacional, Ponte Preta e Ituano.

VEJA TAMBÉM
- Veja a provável escalação do Tricolor para o jogo de hoje
- Veja como assistir Águia de Marabá vs São Paulo ao vivo
- São Paulo e Palmeiras empatam sem gols em clássico ruim no MorumBis


Receba em primeira mão as notícias do Tricolor, entre no nosso canal do Whatsapp


Avalie esta notícia: 6 3

Comentários (1)

Enviar Comentário

Para enviar comentários, você precisa estar cadastrado e logado no nosso site. Para se cadastrar, clique Aqui. Para fazer login, clique Aqui.
  • publicidade
  • publicidade
  • + Comentadas Fórum

  • publicidade
  • Fórum

  • Próximo jogo - Copa do Brasil

    Qui - 19:30 - Estadual Jornalista Edgar Augusto Proença -
    Águia De Marabá
    Águia De Marabá
    São Paulo
    São Paulo

    Último jogo - Brasileiro

    Seg - 20:00 -
    images/icon-spfc.png
    São Paulo
    0 0
    X
    Palmeiras
    Palmeiras
    Calendário Completo
  • publicidade
  • + Lidas

  • publicidade