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Maurren revive atletismo do São Paulo e sonha repetir bi olímpico de Adhemar

Maurren exibe bandeira com estrelas douradas em homenagem ao seu ídolo no atletismo
Sergio Barzaghi/Gazeta Press



Maurren Higa Maggi conviveu com Adhemar Ferreira da Silva entre o final da década de 1990 e o início dos anos 2000 na equipe BM&F. Neste período, ganhou dicas e foi incentivada a praticar o salto triplo. Dez anos após a morte do único brasileiro a conquistar duas medalhas de ouro olímpicas consecutivas, ela revive o atletismo do São Paulo, clube defendido pelo ídolo, e sonha alcançar seus títulos.

O Adhemar (então patrono da BM&F) costumava aparecer na pista e a gente sempre conversava. Ouvi muitas histórias dele. Ele gostava de falar, de dar palpite. Ele me dizia: 'você é uma menina forte, no salto triplo você seria muito boa'. Nos conhecemos em 1999 e tivemos pouco tempo de convivência, mas foi uma amizade intensa. Ele me passou muita coisa", disse Maurren, amiga de Adyel Silva, filha do ídolo, até hoje.

No salto triplo, Adhemar conquistou os Pan-Americanos de Buenos Aires-1951, Cidade do México-1955 e Chicago-1959, além dos títulos olímpicos de Helsinque-1952 e Melbourne-1956. Apesar do lobby do ídolo, Maurren escolheu o salto em distância. Na modalidade, faturou o Pan de Winnipeg-1999 e do Rio de Janeiro-2007. Para completar, ganhou os Jogos de Pequim-2008.

Assim, se terminar no lugar mais alto do pódio no Pan-Americano de Guadalajara-20011 e nos Jogos de Londres-2012, Maurren iguala os principais títulos de Adhemar. No início da temporada, ela mira o torneio que será realizado no México a partir do dia 14 de outubro. "Já comecei o ano treinando sem descanso para tentar o tricampeonato", afirmou. Lembrada que pode repetir o ídolo, a atleta sorriu: "é mais uma inspiração".


Após um ano marcado por lesões, Maurren ainda fala com cautela sobre a defesa de seu título olímpico em Londres-2012. Já Nélio Moura, técnico da saltadora, vê a competição como uma realidade. "A gente vai completar esse ciclo olímpico com certeza. Ela estará na Inglaterra sem dúvida nenhuma e vai ser competitiva lá também", apostou o treinador.

Adhemar iniciou a carreira de atleta no São Paulo em 1946, quando a sede ainda ficava no Canindé. Como atleta do clube, conquistou a medalha de ouro nos Jogos de Helsinque-1952 e estabeleceu dois recordes mundiais, feitos lembrados pelas duas estrelas douradas na bandeira tricolor. A possibilidade de vestir as mesmas cores e ostentar o símbolo ornado pelo ídolo empolga Maurren.

"Foi a primeira coisa que eu pensei quando fui contratada e espero conseguir fazer jus ao nome dele no São Paulo. Quero poder ser grandiosa como o Adhemar foi dentro do clube. É uma responsabilidade boa. Eu trabalho para isso e arco com as conseqüências", disse Maurren, que diz "adorar" o salto triplo, apesar de não praticá-lo mais.


Acervo/Gazeta Press
Maurren e Adhemar conviveram na equipe BMF, da qual o ídolo foi o patrono até falecer

Para Nélio Moura, ver a pupila com o uniforme tricolor também é especial. "A Maurren sempre foi são-paulina roxa. Ela competir no clube e levar o atletismo de volta a uma instituição que tem uma tradição grande na modalidade é ótimo. Ver o atletismo renascer no São Paulo e o fato de o Adhemar ter passado por lá são duas coisas muito legais, principalmente o fato de ela carregar as estrelinhas no uniforme", disse.

Depois do bicampeonato olímpico de Adhemar nos anos 1950, Nelson Prudêncio (uma prata e um bronze) e João do Pulo (dois bronzes) também subiram ao pódio nos Jogos. Única brasileira a ganhar a medalha de ouro em um esporte individual na história da competição, Maurren guarda a biografia autografada pelo ídolo na sala de sua residência e aponta o ex-triplista como responsável por abrir caminho para o atletismo nacional no exterior.

"Ele não só abriu as portas para nós, como também é um espelho. Eu queria muito que ele tivesse me visto ser campeã olímpica, porque minha história é igual à dele. O salto masculino no geral tem um respeito muito grande em qualquer competição no mundo e agora isso começou em relação às mulheres também, comigo, com a Keila (Costa)", explicou Maurren.

Adhemar descobriu o atletismo com 19 anos. Em um ano, virou recordista brasileiro e sul-americano do salto triplo. Com 25 anos, quebrou o recorde mundial quatro vezes na mesma tarde. Diante da evolução do treinamento e dos equipamentos ao longo do tempo, Maurren garante sem titubear que o ídolo seria imbatível se competisse atualmente.


No Centro Olímpico de Treinamento e Pesquisa, Maurren prepara terreno para voltar a competir
Sergio Barzaghi/Gazeta Press

"Ele era muito forte. Se tivesse um treino como o de hoje tecnicamente falando, seria sem dúvida o melhor saltador da história do mundo. Ele era muito talentoso, inigualável. Um atleta que quebrou o recorde do mundo quatro vezes e foi bicampeão olímpico...", disse Maurren. A melhor marca de todos os tempos pertence ao britânico Jonathan Edwards, que registrou 18,29m em 1995.

Após encerrar a carreira esportiva em 1960, Adhemar manteve sua trajetória de destaque na vida pessoal. Já formado em belas artes e educação física, ele estudou direito e relações públicas, além de trabalhar na Embaixada Brasileira na Nigéria e como jornalista. Apesar de ainda não ter planos de se aposentar, Maurren começa neste ano o curso de gestão desportiva. "Quero continuar ligada ao esporte e ajudar de alguma forma", disse.

Contratada pelo São Paulo em fevereiro de 2010, a atleta pouco competiu na última temporada. Ela perdeu boa parte das disputas do primeiro semestre em função de uma cirurgia no joelho direito e ficou fora do Troféu Brasil após sofrer contusão na coxa esquerda no final de julho. Em 2011, além do Pan-Americano de Guadalajara, será realizado o Mundial da Coreia do Sul, com inicio previsto para 27 de agosto. Em recuperação, Maurren ainda não tem data para retornar.


ADHEMAR FOI REVOLUCIONÁRIO, DIZ NÉLIO MOURA
Atualmente, a técnica está bem diferente da que o Adhemar usava na época, mas sem dúvida ele foi revolucionário tecnicamente. Existem hoje em dia três classificações de técnicas de salto triplo em função da distribuição do esforço ao longo do salto, do tamanho de cada salto parcial. Dessas três, duas foram experimentadas no mais alto nível pela primeira vez pelo Adhemar. Elas não levam o nome de "Técnica Brasileira" ou "Técnica Da Silva", mas talvez fosse o mais correto, pois foi ele que experimentou no mais alto nível pela primeira vez e bateu recorde mundial com as duas técnicas pela primeira vez.

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