Juliano Ribeiro foi dado como morto após o incidente. A queda deixou marcas aparentes no torcedor - foto: Ari Ferreira
24 de dezembro de 2005. Véspera de Natal. O são-paulino Juliano Ribeiro Benaglia acorda por volta das 14h. Seu time havia sido tricampeão mundial no Japão naquela semana. Ele nem sequer lembrava.
Não havia ceia preparada e nem árvore de Natal. Após quatro dias em coma na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital das Clínicas, em São Paulo, o maior presente que a família dele poderia ganhar se tornava possível: a sobrevivência do jovem de 25 anos a uma queda de quase oito metros de altura.
– Se o São Paulo não fosse campeão, ninguém nem daria atenção para o retorno do time. Se o Mineiro não fizesse aquele gol, não teria acontecido nada daquilo... – recorda o técnico em informática, passados cinco anos, surpreso por ter sido encontrado pelo LANCENET!.
O incidente aconteceu dois dias após a conquista do tricampeonato mundial. Por trabalhar próximo à Via Dutra, na altura de Guarulhos, Juliano deu uma escapada do serviço para acompanhar a passagem da carreata com os ídolos de cima do Viaduto Fioravante Iervolino. E não voltou para bater o cartão. (Confira o infográfico que explica como foi a queda de Juliano).
– Quebrei tudo. Pés, rosto, antebraço, tive fratura exposta no cotovelo... Ao todo foram cinco fraturas, fora dentes que quebrei e o olho direito que, mesmo com cirurgia, até hoje é ruim. Quando fecho o esquerdo não enxergo mais nada.
Mas Juliano sobreviveu. Bem diferente do que noticiaram todos os jornais e sites esportivos da época. O próprio LANCE!, por exemplo, informou sobre o falecimento do são-paulino na capa do jornal do dia posterior à festa do Tricolor.
Após 55 dias de internação, deixou o hospital sem um pingo de rancor do clube que sempre amou. Apesar da bronca que a família, toda palmeirense, tem do Tricolor, ele segue apaixonado pelo clube. E, nem de brincadeira, preferiria que Mineiro não tivesse marcado aquele gol contra o Liverpool (ING):
– Minha família não quer ver o São Paulo nem pintado de ouro, mas ele não tem culpa, fui vê-los porque quis. Só gosto cada dia mais do time. Caí, pois era meu destino.
Destino que deu a ele uma segunda chance e um aprendizado: o tetra será comemorado em casa.
Bate-Bola com Juliano R. Benaglia
LANCENET!: Como exatamente você caiu?
JULIANO: Lembro que pensei: "O trio elétrico vai passar e depois não vou ver mais nada". Então, segundo o que me contaram, saí correndo e pulei a mureta para o outro lado da pista, mas não vi o vão. E caí.
LANCENET!: Quando acordou, lembrou do título mundial do São Paulo?
JULIANO: Não, estava todo grogue. Mas dizem que eu disse que o Rogério Ceni e o Paulo Autuori tinham ido me visitar no hospital (risos).
LANCENET!: O que as pessoas falam sobre o incidente que você sofreu?
JULIANO: Na época, ninguém acreditou direito. Achavam que eu tinha batido de carro e não da forma como ocorreu. Teve gente que perguntou se eu estava bêbado, mas às 8h? Impossível, não é? (risos).
LANCENET!: Na época, várias notícias davam conta de que você havia morrido após a queda do viaduto. Como os seus parentes viam aquilo?
JULIANO: Saiu em vários lugares. Minha mãe (Maria das Dores) quase morreu do coração. Meu irmão (Luciano) me acompanhava no hospital e um amigo ligou para dar os pêsames, porque viu na TV que eu tinha morrido. Até médico, depois de três dias, me deu como morto, com suspeita de morte cerebral. Mas eu sobrevivi.
24 de dezembro de 2005. Véspera de Natal. O são-paulino Juliano Ribeiro Benaglia acorda por volta das 14h. Seu time havia sido tricampeão mundial no Japão naquela semana. Ele nem sequer lembrava.
Não havia ceia preparada e nem árvore de Natal. Após quatro dias em coma na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital das Clínicas, em São Paulo, o maior presente que a família dele poderia ganhar se tornava possível: a sobrevivência do jovem de 25 anos a uma queda de quase oito metros de altura.
– Se o São Paulo não fosse campeão, ninguém nem daria atenção para o retorno do time. Se o Mineiro não fizesse aquele gol, não teria acontecido nada daquilo... – recorda o técnico em informática, passados cinco anos, surpreso por ter sido encontrado pelo LANCENET!.
O incidente aconteceu dois dias após a conquista do tricampeonato mundial. Por trabalhar próximo à Via Dutra, na altura de Guarulhos, Juliano deu uma escapada do serviço para acompanhar a passagem da carreata com os ídolos de cima do Viaduto Fioravante Iervolino. E não voltou para bater o cartão. (Confira o infográfico que explica como foi a queda de Juliano).
– Quebrei tudo. Pés, rosto, antebraço, tive fratura exposta no cotovelo... Ao todo foram cinco fraturas, fora dentes que quebrei e o olho direito que, mesmo com cirurgia, até hoje é ruim. Quando fecho o esquerdo não enxergo mais nada.
Mas Juliano sobreviveu. Bem diferente do que noticiaram todos os jornais e sites esportivos da época. O próprio LANCE!, por exemplo, informou sobre o falecimento do são-paulino na capa do jornal do dia posterior à festa do Tricolor.
Após 55 dias de internação, deixou o hospital sem um pingo de rancor do clube que sempre amou. Apesar da bronca que a família, toda palmeirense, tem do Tricolor, ele segue apaixonado pelo clube. E, nem de brincadeira, preferiria que Mineiro não tivesse marcado aquele gol contra o Liverpool (ING):
– Minha família não quer ver o São Paulo nem pintado de ouro, mas ele não tem culpa, fui vê-los porque quis. Só gosto cada dia mais do time. Caí, pois era meu destino.
Destino que deu a ele uma segunda chance e um aprendizado: o tetra será comemorado em casa.
Bate-Bola com Juliano R. Benaglia
LANCENET!: Como exatamente você caiu?
JULIANO: Lembro que pensei: "O trio elétrico vai passar e depois não vou ver mais nada". Então, segundo o que me contaram, saí correndo e pulei a mureta para o outro lado da pista, mas não vi o vão. E caí.
LANCENET!: Quando acordou, lembrou do título mundial do São Paulo?
JULIANO: Não, estava todo grogue. Mas dizem que eu disse que o Rogério Ceni e o Paulo Autuori tinham ido me visitar no hospital (risos).
LANCENET!: O que as pessoas falam sobre o incidente que você sofreu?
JULIANO: Na época, ninguém acreditou direito. Achavam que eu tinha batido de carro e não da forma como ocorreu. Teve gente que perguntou se eu estava bêbado, mas às 8h? Impossível, não é? (risos).
LANCENET!: Na época, várias notícias davam conta de que você havia morrido após a queda do viaduto. Como os seus parentes viam aquilo?
JULIANO: Saiu em vários lugares. Minha mãe (Maria das Dores) quase morreu do coração. Meu irmão (Luciano) me acompanhava no hospital e um amigo ligou para dar os pêsames, porque viu na TV que eu tinha morrido. Até médico, depois de três dias, me deu como morto, com suspeita de morte cerebral. Mas eu sobrevivi.
VEJA TAMBÉM
- ADEUS! Wellington Rato acerta com rival e não joga mais pelo São Paulo
- ALTA VALORIZAÇÃO! São Paulo avalia situação de Esteves, lateral do Vitória, após bom Brasileirão
- SAÍDA DE LATERAIS! São Paulo intensifica busca e quer lateral destaque após saída de Rafinha e Moreira