Se no último domingo (12) o Tricolor comemorou os 17 anos da conquista do bicampeonato mundial de clubes com a vitória sobre o Milan por 3 a 2, nesta segunda-feira é dia de celebrar os 18 anos do primeiro mundial.
No dia 12 de dezembro de 1992 o São Paulo venceu o Barcelona por 2 a 1, com dois gols de Raí e faturou o Mundial pela primeira vez. Era o primeiro passo do clube brasileiro que mais vezes conquistou o mundo.
O jogo
Enfrentar o Barcelona, atual campeão europeu e time recheado de craques internacionais não era nada fácil, nem mesmo para o São Paulo, campeão da Libertadores da América e clube mais forte do continente sul-americano.
Além de enfrentar uma verdadeira seleção, o clube brasileiro precisava vencer toda a desconfiança, afinal de contas o time espanhol era apontado como franco favorito para a conquista do Campeonato Mundial de Clubes.
Em Tóquio a colônia brasileira fez questão de comparecer para apoiar o São Paulo, mas a grande maioria do estádio queria mesmo acompanhar uma vitória dos espanhóis. Nada que derrubasse o animo dos Tricolores, que tinham no Brasil, em plena madrugada, o apoio de milhares de torcedores reunidos e prontos para empurrar o time.
A primeira boa chance do jogo foi do clube brasileiro. Após disputa na entrada da área a bola sobrou para Raí, que encheu o pé, mas mandou por sobre o gol de Zubizarreta. O lance mostrou a força Tricolor, mas a resposta espannhola não demorou e veio de forma efetiva.
Logo aos 11 minutos, o renomado búlgaro Hristo Stoichkov surpreendeu Zetti em chute de fora da área que encobriu o goleiro são-paulino e caiu no fundo da rede brasileira. Um golaço.
Preocupação para jogadores e torcedores. O sonho da conquista do título mundial chegou a parecer distante. Mesmo com o placar adverso o Tricolor seguiu lutando e criou duas boas chances com Cafu, em chute da entrada da área e Ronaldo Luis, em cruzamento que quase enganou o goleiro espanhol.
As duas boas chances animaram o São Paulo, que aos 27 minutos chegou ao empate. Muller foi lançado na esquerda, com um lindo drible deixou o zagueiro procurando a bola e cruzou para a área. Com muita inteligência Raí se antecipou a defesa espanhola e de barriga, colocou a bola no fundo do gol de Zubizarreta.
Festa em Tóquio e principalmente festa no Brasil. Reveillon antecipado no país. Fogos subiam aos céus e rojões barulhentos anunciavam o empate do São Paulo.
Com a igualdade no placar o jogo ficou mais aberto. O São Paulo cresceu e criou boas chances para virar. Na melhor delas Muller recebeu lançamento de Toninho Cerezo e encobriu o goleiro, mas a defesa espanhola evitou o gol afastando pouco antes da bola entrar.
Demonstrando todo seu poderio o Barcelona também criou grande chance antes do final da primeira etapa, mas o iluminado Ronaldo Luis salvou em cima da linha uma bola chutada por Beguiristain.
A segunda etapa continuou equilibrada com as duas equipes buscando o gol, mas não conseguindo mudar o placar. Muller, Cerezo, Ronaldo Luis e até mesmo Pintado tiveram chance de virar o placar, mas não conseguiram. A equipe espanhola também criou oportunidades Stoichkov e Koeman.
A disputada final parecia se encaminhar para a decisão por pênaltis, mas Raí resolveu entrar novamente em ação e definir a partida. Aos 34 minutos, em cobrança de falta ensaiada, o camisa 10 rolou para Cafu, que apenas escorou e assistiu de camarote, Raí colocar com perfeição a bola no ângulo superior direito de Zubizarreta.
O goleiro, então titular da Seleção da Espanha, nada de fazer a não ser assistir a trajetória fulminante da bola em direção ao gol. Na transmissão para o Brasil o narrador Oliveira Andrade descreveu perfeitamente a importância do camisa 10 são-paulino: “quem tem Raí tem tudo”.
As buzinas do estádio Nacional de Tóquio pareciam chegar ao Brasil, tamanha a festa da torcida são-paulina por todo o território nacional.
Experiente e sob o comando do mestre Tele Santana o time passou então a valorizar a posse de bola e administrar o resultado. Ao final do jogo, para delírio do comandante são-paulino e de todos os jogadores, o São Paulo conquistava seu primeiro título mundial. Era o primeiro passo do clube brasileiro que mais vezes chegou ao topo do mundo.
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